Memorial online homenageia brasileiros mortos pela Covid-19

Projeto Inumeráveis traz relatos de familiares e amigos das vítimas da doença

Projeto conta histórias de gente que se foi, mas que não é só um número - Pixabay

Pouco mais de 16 mil pessoas já morreram vítimas da Covid-19 no Brasil até esse domingo (17). Além do número bruto, frio e assustador e que não para de crescer a cada dia, há milhares de histórias por trás das estatísticas. Histórias de gente que amou e foi amada, de pais, mães, avôs, avós, filhos, filhas, amigos... Histórias de gente que se foi, mas que não é só um número.

O memorial online Inumeráveis busca lançar luz sobre essas histórias de pessoas que perderam a vida ao lutar contra um inimigo invisível. O projeto traz relatos de familiares e amigos de vítimas da doença. “Não há quem goste de ser número. Gente merece existir em prosa” é a definição do artista Edson Pavoni, idealizador do projeto.

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As histórias do Inumeráveis são contadas por jornalistas voluntários, estudantes e por quem gosta de escrever. “É uma celebração de cada vida que existiu e que existe, e de como podemos entrelaçá-las para construir memória, afeto, respeito e futuro”, diz a definição do site.

Na página inicial do memorial, cada vítima com relato contado por familiares ou amigos, é identificada com nome completo, idade e uma resumo de sua história. Ao clicar em cada perfil, é possível ler o relato completo. Os relatos podem ser enviados ao projeto por áudios via WhatsApp, que são encaminhados aos colaboradores voluntários para a criação dos textos. Outra possibilidade é escrever o texto e preencher um formulário com mais informações.

Confira alguns relatos:
“Um dançarino de gafieira. Pai de seis humanos e uma gata. Torcedor do Sport Clube de Recife”. Assim é definido o recifense Admilson Ayres Pereira, morto aos 53 anos por Covid-19, pelo seu enteado Pedro Rodrigues Cavalcanti.

“Dona de uma das primeiras boutiques de Recife e do jeitinho mais encantador já visto”, diz a filha Silvana Andrade sobre a mãe Maria Albani de Andade Nunes, que morreu da doença aos 93 anos.

“Mãe leal, protetora e amiga. Uma pernambucana que nunca se intimidou. A maternidade foi sua força para vencer as dificuldades da vida. Mulher negra e empoderada, sempre à frente do seu tempo”
, contou o filho Antônio Júnior Pedrosa de Vasconcelos sobre a mãe, Sebastiana Conceição Pedroza de Vasconcelos, vítima do coronavírus aos 73 anos.

“Gilvan foi um homem que tratava as vitórias do próximo como se fossem suas. Sabia se diferenciar pois tinha uma característica rara: empatia. Era impossível contar algum problema para ele e não vê-lo se emocionar. Reconhecia o poder de se enxergar através do outro, colocava-se no lugar de todos aqueles que sentiam dor e amor em estado bruto”, escreveu o sobrinho Alex João da Silva sobre o tio Gilvan Luiz da Silva, que morreu aos 62 anos.


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