Argentina não paga dívida e entra em moratória técnica

Em acordo com os credores, a Argentina prorrogou as negociações até dia 2 de junho. No total, o país tem uma dívida de US$ 65 bilhões

Presidente Alberto Fernández - Juan Carlos CARDENAS / ARGENTINA'S SENATE / A

Apesar de querer evitar o termo "moratória", o governo argentino anunciou, na noite de quinta-feira (21), que não pagará o vencimento de juros da dívida externa que vencem nesta sexta-feira (22), no valor de US$ 503 milhões.

Em acordo com os credores, o país prorrogou as negociações até dia 2 de junho. No total, o país tem uma dívida de US$ 65 bilhões.

O ministro da economia, Martín Guzmán, prefere falar em "reestruturação" ou em "default técnico". A Argentina pediu aos credores três anos de "graça", ou seja, sem pagar nada, e um desconto de 62% dos juros e de 5,4% de capital.

Um dos fundos para quem a Argentina deve, o Greylock, afirmou, por meio de teleconferência, que "é visível que existe um desejo de resolver as negociações", e que isso era bem visto pelos outros fundos.

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Em visita à província de Santiago del Estero, o presidente Alberto Fernández afirmou que vem lendo nos jornais que a Argentina corre o risco de entrar em moratória, mas que "já está em moratória desde meses atrás, antes mesmo de assumir a Presidência".

O mandatário tem colocado à frente da questão econômica a luta contra a pandemia do coronavírus, decretando uma quarentena severa em 20 de março, agora prorrogada até, pelo menos, dia 7 de junho.

"Uma economia morta pode-se levantar, um corpo morto, não", tem repetido quando indagado sobre a situação do país -que vem emitindo dinheiro para ajudar a população carente que ficou sem trabalho- e já vinha de uma desaceleração de 2,2% do PIB e uma inflação de 55%, desde 2019.

"Não vamos aumentar tarifas nem submeter os argentinos a um sofrimento pelo qual não devem passar", disse.