Em tom saudoso, João Paulo abre possibilidade de um dia retornar ao Santa
Em live com Danny Morais, o meio-campista, que hoje atua pelo Seattle Sounders, dos EUA, relembrou trajetória vitoriosa com a camisa tricolor
A torcida do Santa Cruz teve motivo de sobra para dormir com a cabeça tranquilizada neste domingo, após o meia João Paulo, com passagens em 2015 e 2016 pelo Tricolor, ter aberto a possibilidade de um dia retornar ao clube pernambucano, em live no Instagram do Santa junto ao capitão do time, Danny Morais. Hoje vestindo a camisa do Seattle Sounders, dos Estados Unidos, o meio-campista relembrou a trajetória vivida no Arruda, e, em tom saudoso, expressou o carinho que sente pela Capital pernambucana.
“Essa é a pergunta que eu mais escuto. O futuro está aberto, eu tenho um carinho imenso pelo clube e quero deixar essa porta aberta. Uma das coisas que eu mais guardo e que foram marcantes na minha carreira foi jogar com o Arruda lotado. Isso é uma coisa que eu carrego e, quem sabe um dia a gente possa jogar de novo”.
João Paulo chegou ao Santa Cruz em 2015 e, pela forma aguerrida de jogar e se direcionar à torcida, logo passou a ser chamado de ídolo. Foram 43 jogos e três gols, no ano em que o Tricolor foi campeão pernambucano e conseguiu o acesso à Série A do Brasileiro. No ano seguinte, o grupo, que contava também com Keno, Artur Caique, Grafite, Bruno Morais e companhia, foi coroado duplamente, novamente com o título do Estadual, e com a conquista da taça inédita da Copa do Nordeste.
Pelas oportunidades e acolhimento encontrados no Recife, durante as duas temporadas que passou defendendo as três cores, o sentimento que ficou é de gratidão.“Eu tenho, sim, um carinho que é gigante por tudo que o Santa Cruz representou na minha carreira, de renascer, descobrir o João Paulo jogador de novo, me colocar no caminho do que eu pretendia ser no futebol que eu não tinha conseguido ainda, e o Santa Cruz apostou em mim. O torcedor, que é a chave. Eu nunca senti tanto carinho na rua como no Recife, não chega nem perto (com o demonstrado nos EUA)”, exclamou.
“Sinto saudade da cidade. Sinto falta de comer pastel na feirinha, da igrejinha, com caldo de cana. É o clube como um todo, mas tem coisas da cidade que eu sinto falta. Passar no Recife Antigo, é uma coisa que ficou guardada, e quem sabe a gente pode viver isso de novo”.
Copa do Nordeste
O ano de 2016 foi emblemático na história do Tricolor. Foram dois títulos em uma semana, com a conquista do Bicampeonato Pernambucano e o título histórico da Copa do Nordeste. O ídolo da torcida tricolor soube retribuir à popularidade e carinho que conquistou no clube. Na primeira partida da final do Campeonato Pernambucano de 2016, ante o Sport, na Ilha do Retiro, João Paulo não atuou por conta de uma lesão. Nada, no entanto, o impediu de assistir ao jogo por um ângulo diferente, dessa vez como torcedor, nas arquibancadas, ao lado da massa coral.
Na semana seguinte, depois de levantar a taça do Estadual ao vencer o rival por 1x0, no Arruda, o time já contava com endereço certo, em Campina Grande, para um desafio ainda maior. Mesmo ainda se recuperando de lesão e, em alguns momentos da partida, chegando a sentir certo desconforto, foi justamente dos pés de João Paulo que a jogada do empate foi desencadeada. O meia relembrou o momento do gol que deu o título da competição regional à Cobra Coral.
“A gente tomou aquele gol no segundo tempo e eu lembro que a gente se olhou. Estava um jogo lá e cá, o Campinense também tinha um time bom. Mas alguém sofre a falta e a eles acharam que iríamos colocar a bola na área. Eu pego a bola, vejo o Keno numa posição mais adiantada, bato (a bola) no Keno, ele faz a jogada individual, cruza e a bola cai para Artur. Lembro que cada um correu para um lado”.