Latam Brasil tem dificuldades de negociar contrato e pode perder aviões
Por aqui, a companhia poderia ter de devolver ao menos 13 aviões a arrendadores
Apesar de ter deixado a filial brasileira de fora de seu pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, anunciado nesta terça-feira (26), a Latam tem enfrentado dificuldades para renegociar contratos de arrendamento de aeronaves que operam rotas no Brasil.
Por aqui, a companhia poderia ter de devolver ao menos 13 aviões a arrendadores. Atualmente, das 160 aeronaves da operação brasileira, ao menos 126 estão paradas.
Segundo pessoas familiarizadas com o caso, a arrendadora proprietária dos equipamentos recusou uma proposta inicial de renegociação dos contratos de operação feita pela Latam Brasil. A empresa teria topado continuar as tratativas, mas as aeronaves não podem ser operadas até que haja um acordo definitivo.
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Das 13 aeronaves em questão, seis estariam no Aeroporto Internacional de Guarulhos, três no RIOgaleão (no Rio de Janeiro), e três no centro de manutenção da Latam em São Carlos (SP). São modelos Airbus A319, A320, A321 e A350.
Nesta terça-feira, o presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, disse que a frota da empresa deverá ser reduzida em até 40% até o fim do ano, e que só nesta terça a empresa deveria devolver 20 aeronaves a companhias de leasing.
O grupo passa por dificuldades financeiras devido à queda de demanda causada pela pandemia do novo coronavírus. As dívidas da Latam hoje, segundo o pedido de recuperação judicial, são de cerca de US$ 18 bilhões. Em dezembro de 2019, o passivo era de US$ 11 bilhões.
Procurada, a Latam não se manifestou até a conclusão desta reportagem.
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