Felipe Neto ironiza silêncio de Neymar sobre casos de racismo

Incomodado com o silêncio do jogador, o influenciador digital Felipe Neto usou seu perfil no Twitter para ironizar a atitude do jovem de 28 anos

O youtuber Felipe Neto - Reprodução/Instagram

Em uma onda de manifestações contra o racismo, tanto virtuais quanto nas ruas, diversos artistas nacionais e internacionais se posicionaram a favor do movimento "Vidas Negras Importam".

Algumas celebridades, no entanto, optaram por não se pronunciar, como Neymar. Incomodado com o silêncio do jogador, o influenciador digital Felipe Neto usou seu perfil no Twitter para ironizar a atitude do jovem de 28 anos.

"Vidas negras importam. Mas nem todo mundo se importa", escreveu Neto em um tuíte que mostrava as publicações mais recentes de Neymar. Nenhuma delas fazia qualquer menção aos protestos recentes no Brasil e Estados Unidos.

Neto apagou o tuíte de seu perfil na rede social, mas internautas salvaram e republicaram o comentário. Os nomes de Neymar e Felipe Neto ficaram entre os mais comentados no Twitter durante a manhã desta segunda-feira (1º).

"Apaguei o tweet sobre o silêncio do Neymar após mensagens de integrantes do movimento negro, mostrando que um branco não deve cobrar de um negro sobre pautas racistas", explicou Neto. "De fato, não é meu papel cobrar o Neymar sobre isso. Vou seguir tentando ajudar, aprendendo e corrigindo quando errar".

Na sequência, ele disse que "isso não muda o fato de eu condenar o silêncio do jogador, que é, disparado, o maior influenciador digital brasileiro no mundo, mas que se silencia a respeito de quase todas as pautas humanitárias e sociais que assolam seu país de origem e se espalham pelo planeta".

"Contudo, entendi que o papel de cobrar posicionamento do Neymar acerca de pautas que envolvem o racismo não cabe a um branco. Continuarei cobrando quando o assunto for Amazônia, fascismo e opressão, coisas que ele sempre se manteve calado", conclui. Neymar não se manifestou publicamente até a finalização deste texto.

ENTENDA

Os atos antirracistas começaram como manifestações pacíficas depois que um homem negro desarmado, George Floyd, morreu sufocado por um policial branco, que ajoelhou sobre o pescoço dele, no chão, em Minneapolis (EUA).

A medida que as manifestações se alastraram pelo país, no entanto, inúmeros embates entre policiais e manifestantes passaram a ser registrados, e lojas foram incendiadas e saqueadas.

Além da capital, Washington, pelo menos 40 cidades americanas decretaram toques de recolher, o que não impediu milhares de manifestantes de voltarem às ruas em meio à pandemia do novo coronavírus.

Pessoas do mundo todo se comoveram diante da morte de Floyd, e muitos artistas brasileiros publicaram mensagens contra o racismo. Vários deles relembraram a morte do brasileiro João Pedro Matos Pinto, 14, que morreu em casa, há duas semanas, após levar um tiro durante uma operação da Polícia Federal com apoio das polícias Civil e Militar fluminenses no Complexo do Salgueiro.