Governo autoriza retorno aos treinos presenciais de futebol no dia 15 de junho

Desde a paralisação, em março, atletas dos clubes pernambucanos estão trabalhando apenas em casa, sob supervisão da preparação física

[300] Bola do Campeonato Pernambucano - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Os treinos de futebol de forma presencial dos clubes pernambucanos serão retomados no dia 15 de junho. A informação foi passada nesta segunda (1º), em coletiva de imprensa online do Governo do Estado, com presença dos secretários de Saúde, André Longo, de Planejamento, Alexandre Rebelo, e de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach. No encontro, também foram apresentadas informações atualizadas do combate à Covid-19 e a apresentação do "Plano de Convivência - Atividades Econômicas", destacando como será o processo de retorno de diversas áreas no atual cenário de pandemia provocado pelo novo coronavírus.

O Governo organizou em fases a retomada de cada atividade. Além da volta aos treinos, também ficou acertado que, na próxima segunda (8), a construção civil e o comércio atacadista estarão liberados a operar. "Temos uma programação e estamos dialogando com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF). Dentro do possível, se as curvas da saúde se comportarem conforme planejado, a volta aos treinos se dará na fase 4.3. Os jogos de futebol entrarão na fase 3.1, dependendo da evolução semanal para sabermos quando será implantada. Reforçando que tudo será feito dentro de protocolos específicos de testagem, que inclusive o presidente da federação nos encaminhou. Até porque a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) está estabelecendo um protocolo dela, mas eles (clubes) precisarão obedecer os protocolos do estado também para fazer o retorno das atividades com a maior segurança possível aos jogadores", afirmou Schwambach.

Os trabalhos presenciais acontecerão após quase três meses de paralisação das atividades - os clubes suspenderam os trabalhos no dia 16 de março e, desde então, os atletas do Trio de Ferro da capital, por exemplo, estão seguindo uma cartilha passada pela preparação física, com treinamentos orientados de forma virtual. Antes do anúncio desta tarde, a FPF já havia projetado que as atividades seriam retomadas na segunda quinzena de junho, além de programar a conclusão do Campeonato Pernambucano para o mês de julho. No planejamento apresentado pelo Governo, não foi colocada data para a volta das competições, mas há uma indicação de que, inicialmente, os jogos voltarão com portões fechados. Em seguida, as partidas passarão por outra fase, a de limitação de público nos estádios, até que seja possível permitir a presença na capacidade máxima nos palcos esportivos.

O ciclo de reabertura gradativa de todas as atividades chegará à flexibilização total ao final de um período de 11 semanas. O calendário, porém, poderá ser antecipado ou prorrogado, dependendo do comportamento da curva de contaminação.

A Folha de Pernambuco ouviu preparadores físicos para entender como será feito o processo de retorno aos treinos. "Passamos diariamente uma bateria de exercícios para os atletas executarem. Os que possuíam algum campinho em casa ou algo parecido estavam mais tranquilos, porém, aqueles que não tinham e também, obviamente, não podiam sair de casa, acabaram sem fazer os exercícios. Por isso essa volta vai ser de forma muito particular. Vai depender não apenas da condição biológica de cada jogador, como também da física e psicológica. Nós nunca ficamos tanto tempo assim se atividades, é um ano atípico. O ideal seria pelo menos três semanas de preparação até a volta dos jogos, porém nós não sabemos como vai ficar a situação das competições. Quando voltarmos, a primeira coisa a fazer são as testagens e após isso dividir os atletas em grupos. Quem vai determinar esses grupos, inclusive, serão as avaliações médicas, sobre quem contraiu ou não a Covid-19, por exemplo. Cada atleta virá com seu material de casa, eles não vão nem tomar banho no clube", afirmou Edvaldo Tacão, preparador do Sport.

"Treinar 15 dias para entrar em campo não é o ideal. Porque se você for treinar em grupos na primeira semana, serão treinos de uma hora e meia por dia apenas. Sem falar que em uma semana você vai fazer as avaliações e só na outra semana que começam os treinos técnicos, táticos e amistosos.
Os treinamentos de casa estão muito longe da eficiência dos presenciais. Você não acompanha o atleta, não corrige o movimento e não está presente para cobrar uma intensidade adequada. O atleta vai fazer de acordo com o que ele se sentir naquele momento. Eu acho que quatro semanas seriam ideais para o retorno. Já estamos organizando a volta com a ideia de trabalhar em grupos, com todos os protocolos necessários, claro. O que não queremos é começar a treinar sem saber quando serão os jogos. Isso vai ser ruim até para o lado psicológico do atleta, que já está há mais de dois meses parado e, quando voltar, vai precisar saber quando será a data de estreia", explicou o preparador do Santa, Carlos Gamarra.


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