Papa faz referência ao Brasil, e diz que ter uma morte por minuto é terrível

Pontífice lamentou situação na América Latina e pediu que italianos sigam vigilantes e não comemorem antes do tempo

Papa Francisco em cerimônia na Praça São Pedro - Andreas Solaro/AFP

Neste domingo (7), o papa Francisco fez uma referência ao número de mortes provocadas pelo novo coronavírus no Brasil, durante a cerimônia do ângelus, tradicional oração católica em louvor à Virgem Maria e ao momento da concepção de Jesus.

Dirigindo-se a centenas de pessoas que recebiam a bênção na praça São Pedro, Francisco apontou que a Covid-19 continua fazendo muitas vítimas, "especialmente na América Latina”. "Na última sexta-feira, em um país, uma morte por minuto! Terrível!"

Embora não tenha citado nominalmente o Brasil, o papa Francisco fez referência à marca de 1.473 mortes em um período de 24 horas, alcançada pelo País na última quinta-feira (4), exatos cem dias após a confirmação do primeiro caso de coronavírus em território nacional.

Também na quinta-feira, o Brasil cruzou a marca de 34 mil mortes em decorrência do novo coronavírus e superou a Itália, país que simbolizou primeiro a tragédia da pandemia, tornando-se o terceiro no ranking de óbitos resultantes da doença no mundo. Até a manhã deste domingo (7), em que o número de brasileiros mortos pelo coronavírus é de 35.930, apenas os Estados Unidos, com 109 mil mortes, e o Reino Unido, com 40,5 mil, estão à frente.

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Aos italianos, Francisco pediu que não baixem a guarda contra o novo coronavírus agora que as taxas de infecção caíram. "Sejam cuidados. Não cantem vitória cedo demais", disse o líder católico em resposta aos aplausos da multidão quando ele disse que a presença dos fiéis era um sinal de que a Itália havia superado a fase mais aguda da pandemia.

Em março, o papa Francisco chegou a conduzir sozinho uma bênção pela luta contra o coronavírus diante de uma praça São Pedro completamente vazia. O país ocupa o quarto lugar, logo atrás do Brasil, entre os países com mais mortes por coronavírus. Até este domingo, foram registrados quase 34 mil óbitos entre os italianos.

O número de mortes diárias caiu de quase mil, no auge da pandemia, para 72 no sábado (6). A Itália entrou na fase mais recente de uma redução de restrições no último dia 3, quando as pessoas foram autorizadas a viajar novamente entre as regiões dentro do país.

No entanto, alguns italianos, principalmente os mais jovens, desrespeitam as regras sobre distanciamento social e uso de máscaras em locais públicos. As autoridades alertam para o perigo de uma segunda onda. "Ainda temos que seguir as regras", disse Francisco aos fiéis. "Graças a Deus, estamos deixando a pior parte, mas sempre obedecendo às regras estipuladas pelas autoridades."

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