Coronavírus

Recife fará sorteio para escolher domicílios que receberão testagens para Covid-19

O objetivo da amostra é identificar o percentual de recifenses com anticorpos para o novo coronavírus

Secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia - Reprodução/Internet

Domicílios que participarão de pesquisa epidemiológica realizada pela Prefeitura do Recife ainda neste mês de junho serão escolhidos através de sorteio. O objetivo da amostra é identificar o percentual de recifenses com anticorpos para o novo coronavírus. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (8) pelo secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, durante coletiva online.

De acordo com o secretário, a pesquisa está sendo preparada em conjunto com o Governo de Pernambuco, que também deve ampliar os testes para outros municípios. “O Recife vai participar de forma inicial de uma pesquisa epidemiológica tecnicamente chamada de soro prevalência. Nós vamos sortear domicílios em diversos bairros da cidade, e esse sorteio por amostragem da população vai nos permitir ter uma ideia de quantas pessoas tiveram contato com o vírus”, afirmou Jailson Correia.

Jailson Correia contou ainda que equipes de pesquisa vão colher sangue de moradores dos domicílios sorteados e que essa amostra será levada para laboratórios que testarão se a pessoa tem ou não anticorpos para a Covid-19. “Isso é importante para que a gente possa pensar em medidas e saber qual a porcentagem de recifenses que tiveram contato com o novo coronavírus e quantas pessoas ainda estão suscetíveis a essa doença”, explicou o secretário municipal de saúde. Outros detalhes sobre a pesquisa não foram divulgados, mas devem ser apresentados nos próximos dias.


Mais leitos de UTI
O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também participou da coletiva desta segunda e anunciou a entrega de 16 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes da Covid-19. que passam a funcionar no Hospital da Mulher, localizado na Zona Oeste da capital pernambucana. “Chegamos a um total de 228 novos leitos de UTI em funcionamento nos nossos hospitais de campanha. Nós vamos continuar esse esforço porque foi esse trabalho conjunto da Prefeitura do Recife com o Governo do Estado que permitiu zerar as filas de UTI”, afirmou Geraldo Julio.

Segundo o secretário Jailson Correia, o objetivo agora é reduzir as taxas de ocupação de leitos no Recife. “A fila zerada não é suficiente. O Estado divulgou um índice de taxa de ocupação de leitos de UTI de 96%. Ficamos com uma margem muito estreita e crítica para garantir a possibilidade de enfrentarmos novas ondas de crescimento de casos de Covid-19”, afirmou ele, informando que a criação de novos leitos é fundamental para o enfrentamento de uma possível aceleração da doença. 

“A reabertura de algumas das atividades econômicas não significa mudança de atitude da população em geral. O isolamento social continua sendo o pilar principal do enfrentamento da Covid-19. A gente precisa ter muita cautela".

Com o anúncio desta segunda, o Recife soma 880 leitos nos sete hospitais de campanha construídos para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus. Desses, 228 são de UTI e 138 deles estão ocupados. “Para chegar a meta da Prefeitura do Recife de 334 leitos de UTI, faltam 106 respiradores que já foram adquiridos e estão chegando nos próximos dias”, contou Jailson Correia, destacando a importância da transparência na divulgação dos casos. “Nós, gestores de saúde do Brasil inteiro e do mundo, temos como matéria-prima a informação epidemiológica. A transparência é algo fundamental para que se possa ter a noção exata do tamanho do problema e para que se possam tomar as medidas necessárias para o enfrentamento da Covid-19”.

O secretário detalhou que existem dois sistemas de notificação, um de casos leves e outro de casos considerados graves.  “Esses sistemas são alimentados e notificados na presença de um caso suspeito de Síndrome Respiratória Aguda Grave ou suspeita de Covid-19 com formas leves. Esses dados são complementados com os resultados dos exames laboratoriais que vão poder confirmar ou não aquele caso suspeito. Com isso, o Estado faz a consolidação e encaminha para o Ministério da Saúde”, explicou.