Vestimenta

Amigão por dentro da moda

Os serviços direcionados aos pets ganham cada vez mais mercado. Para além dos cuidados com a criação, os donos também investem em acessórios para os bichos

Cachorro - divulgação

Casaco, roupa de banho, sapato, meia, óculos... Itens que normalmente compõem os armários das pessoas, mas que também encontraram nos pets um novo público-alvo. Cada vez mais, cachorros, gatos e demais animais possuem um tratamento humanizado oferecido pelo dono, inclusive na caracterização do visual. A tendência da “moda pet” acompanha o crescimento vertiginoso do mercado em questão, no qual o Brasil movimentou R$ 34,4 bilhões no último ano e figura na segunda posição mundial, atrás somente dos Estados Unidos.

Destaque no segmento, a Mundo Pet é reflexo dessa intensificação. Fundada há dois anos em Salvador, a loja se desenvolveu ao lado do mercado nacional e se expandiu posteriormente para Fortaleza, onde é a matriz. Desde outubro de 2017 na Capital pernambucana, já detém dois estabelecimentos, nos bairros de Casa Forte e Boa Viagem. A variedade de serviços surpreende quem chega, incluindo consultas veterinárias, festas de aniversário e adoção.

Contudo a maior aposta do estabelecimento envolve a moda pet e os eventos de época ao longo do ano. “A gente faz o Carnaval, Dia das Crianças, São João, Halloween para o público em geral e o público pet. Por incrível que pareça, o animal e o dono vem a caráter combinando. Dessa forma, nos conectamos ao nosso cliente e os acessórios são divulgados”, explicou Éricka Silva, gerente-geral na Mundo Pet localizada em Casa Forte.

Assim como os humanos movimentam milhões na internet por uma série de fatores, os animais seguem neste mesmo caminho de webcelebridade. É claro que a razão disso é unicamente a fofura. Os donos registram momentos dos pets com diversos estilos de vestuário e entusiasmam outros tutores a replicar. A força dos “pets influencers” é uma realidade em Pernambuco e motivou ações da Mundo Pet. “Convidamos eles aos eventos da loja porque arrastam dezenas de seguidores. Muitos vem acompanhar a moda, já que não há repetição de roupa. Cada evento que vão é uma roupa diferente”, afirmou a gerente.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) apontam que o pet care, equipamentos e produtos voltados para a beleza animal, respondeu a 8,4% do faturamento do mercado em 2018, liderado pelo pet food (73,9%) e pet vet (17,7%). Apesar de tímido, é um crescimento em relação ao ano anterior, quando apresentou 8,2% do lucro. Para Ericka, a redução da família brasileira proporciona inclusão e cuidado maior ao animal de estimação. “O fato das crianças cobrarem irmãozinhos aos pais, acabou que muitos deles preferiram incorporar os pets como esse membro da família. Hoje não se escuta mais ‘meu cachorro’, e sim ‘meu filhinho, meu bebezinho’. Esse tratamento se reflete na forma de vestir o pet, como uma criança”.

A dona Priscila Almeida não desperdiça a chance de dar um visual especial a Polo, seu spitz alemão. “Ele tem duas roupinhas completas, com blusa e calça, bandanas, gravatinhas e smoking. Tem uma gravata que a estampa combina com minha tiara, e foi o maior sucesso quando a gente saiu”, disse. Na visão de Priscila, a relação “mãe e filho” existente entre os dois é o que motiva a utilização de acessórios. “Polo não se incomoda em vestir as roupas, ele é super tranquilo. Esses itens acabam transformando a nossa relação mais próxima possível. Não tenho filho humano ainda, então ele é o meu primeiro filho. É alguém da família mesmo.”