Coronavírus

Europa abre fronteiras; temor de segunda onda cresce na China

Alemanha, Bélgica, França e Grécia decidiram restabelecer a livre circulação com todos os países da União Europeia

Pequim, China - Noel CELIS / AFP

A Europa reabre suas fronteiras internas nesta segunda-feira (15), após meses de isolamento para frear a propagação do novo coronavírus, um passo adiante que coincide com o medo de uma segunda onda na China e com a situação crítica na América Latina.

Nesta segunda-feira, Alemanha, Bélgica, França e Grécia decidiram restabelecer a livre circulação com todos os países da União Europeia (UE). A Grécia foi ainda mais longe e está disposta a receber turistas de outros países como Austrália, Nova Zelândia, Japão ou China.

A ilha de Santorini, uma das mais turísticas da Grécia, recebe os primeiros visitantes, dividida entre a impaciência por recuperar a arrecadação, agitação habitual e o medo de contágios.

"Estamos esperando desesperadamente por eles. Precisamos deles. Se eles não aparecem, como vamos sobreviver?", afirmou Michalis Droso, que trabalha em uma loja de recordações do centro de Fira, a principal cidade da ilha.

Também nesta segunda-feira, os primeiros alemães chegaram às ilhas Baleares, na Espanha, como parte de um projeto-piloto que receberá 11.000 turistas deste país europeu, que escolhe a cada ano a ilha de Malhorca como destino de suas férias.

Além disso, a Espanha, que registrou 27.000 mortes por coronavírus, antecipará para 21 de junho a reabertura de suas fronteiras com os países da UE, exceto Portugal. "É um momento crítico para o qual estamos nos preparando", disse o primeiro-ministro Pedro Sánchez.

A Itália, com mais de 34.000 vítimas fatais do coronavírus, abriu as fronteiras em 3 de junho e registrou dois novos focos nos últimos dias em Roma.

Na França, onde o coronavírus deixou quase 30.000 mortos, o ministro da Saúde, Olivier Véran, afirmou que "o pior da epidemia ficou para trás, no momento em que o país flexibiliza gradualmente as restrições. Em Paris, os turistas poderão visitar a torre Eiffel, mas terão que subir pelas escadas.

- Medidas de confinamento em Pequim -
Na China, onde pandemia de Covid-19 foi detectada no fim de dezembro na cidade de Wuhan (centro), um aumento das infecções foi registrado no fim de semana, muitos deles vinculados ao mercado de Xinfadi, ao sul de Pequim. 

No total, o país registrou 75 novos casos. As autoridades de Pequim anunciaram nesta segunda-feira o fechamento das instalações esportivas e locais de entretenimento. Os controles foram intensificados para conter o foco.

Na Índia, as autoridades anunciaram o retorno do confinamento a partir de sexta-feira na cidade de Chennai e em vários distritos vizinhos, no sul do país, onde vivem mais de 15 milhões de habitantes, após o aumento dos casos. 

Neste país, onde a pandemia matou mais de 9.000 pessoas, pacientes morrem após serem rejeitados em hospitais saturados. Os necrotérios também estão à beira do colapso.

O medo de uma segunda onda de contágio na Ásia, mas também nos Estados Unidos, onde o número de mortes está em queda mas que registra quase 20.000 contágios a cada 24 horas, provocou a queda das Bolsas ao redor do mundo.

A pandemia infectou 7,9 milhões de pessoas no mundo e provocou mais de 433.000 mortes, segundo um balanço da AFP atualizado nesta segunda-feira.

A América Latina tem mais 79.000 vítimas fatais e mais de 1,6 milhão de infectados. Com 43.332 mortes e 867.624 casos, o Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, depois dos Estados Unidos.

- Uma 'cortina de abraços' no Brasil -
"Me senti muito bem, sentia tanto a falta dela!", disse à AFP Silvio Nagata, de 68 anos, depois de um longo abraço na irmã mais velha, Luiza Yassuko, 76 anos, moradora da casa de repouso 3I Bem estar, localizada no bairro do Morumbi, São Paulo.

Uma "cortina de abraços" foi instalada no local para permitir que os idosos abraçassem os entes queridos por meio de proteção plástica, apesar da pandemia de Covid-19.

No México, segundo país latino-americano mais afetado pela Covid-19 com 17.141 mortes, o presidente Andrés Manuel López Obrador disse que "o mais difícil já passou", mas advertiu que não se pode "cantar vitória".

O presidente destacou a contribuição dos mexicanos para acatar as medidas de confinamento.

Na Colômbia, 2.200 casos foram registrados em 24 horas e a capital, Bogotá, declarou alerta laranja após o aumento do número de pacientes em CTIs. O país registrou 1.667 óbitos por coronavírus até o momento.

No Chile, o governo decidiu incluir no balanço de mortos os casos suspeitos, o que aumentará muito o atual saldo de 3.300 vítimas fatais. Além disso, a quarentena na região metropolitana de Santiago será prorrogada por todo mês de junho.