Manifestantes tentam derrubar estátua de ex-presidente dos EUA em frente à Casa Branca
Manifestantes antirracismo tentaram derrubar uma estátua do ex-presidente dos EUA Andrew Jackson
A tentativa de destruir estátuas que homenageiam imperialistas, conquistadores e outras figuras históricas associadas à escravização de populações negras e indígenas chegou à Casa Branca. No início da noite desta segunda-feira (22), manifestantes antirracismo tentaram derrubar uma estátua do ex-presidente dos EUA Andrew Jackson que fica na praça Lafayette, em frente à sede do governo americano, mas foram impedidos por policiais, que usaram gás lacrimogêneo e de pimenta para dispersar a multidão.
Sob gritos que pediam justiça contra a morte de pessoas negras por policiais brancos, ativistas amarraram cordas na estátua de bronze em que Jackson está sobre um cavalo. Policiais agiram para afastar manifestantes e formar uma barreira em frente à praça, protegendo a estátua do sétimo presidente dos EUA (1829-1837). Jackson era um general do Exército americano, muitas vezes comparado ao presidente Donald Trump principalmente pelo estilo populista. Ele era conhecido por tratar os nativos americanos de maneira severa, e assinou a Lei de Remoção dos Indígenas, que levou à realocação e morte de milhares deles no país.
Por volta das 22h desta segunda (23h de Brasília), um grupo de dezenas de manifestantes ainda estava em frente à praça, encarando a barreira policial, mas grande parte do protesto já havia sido desmobilizado. Horas antes, o serviço secreto orientou jornalistas que estavam dentro da Casa Branca a saírem do local.
Desde que os protestos pelo assassinato de George Floyd, um homem negro asfixiado por um policial branco em Minnesota, tomaram o país, no fim do mês passado, manifestantes nos EUA e no mundo têm destruído estátuas que homenageiam conquistadores e imperialistas como uma das formas de mostrar a revolta contra o racismo e a violência policial. O confronto desta segunda em Washington acontece depois de vários dias de protestos que seguiam pacíficos e com número menor de pessoas na capital americana.
No dia 1 de junho, após Trump fazer um discurso dizendo que mandaria o Exército para as ruas caso governadores e prefeitos não conseguissem reprimir os atos, policiais dispersaram com bombas de gás e spray de pimenta um ato pacífico na mesma praça Lafayette. A ação serviu para que Trump atravessasse a praça e tirasse uma foto em frente a uma igreja histórica, com a Bíblia na mão, na tentativa de mostrar força e controle. O movimento político foi criticado inclusive por militares e seus aliados.