Crivella permite comércio e diz que escolas privadas poderão abrir no dia 10
A retomada, porém, não será obrigatória para professores e funcionários, que não devem perder o salário, nem para pais de alunos, que poderão optar por aulas remotas
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), resolveu antecipar parte da terceira fase de reabertura das atividades na cidade, que estava prevista para a próxima quinta (2). Com isso, ficam liberados já a partir deste sábado (27) todos os comércio de rua, os salões de beleza e as barbearias.
Restaurantes, bares e academias seguem o plano e devem abrir com restrições na quinta, assim como as praias, parques e ruas abertas para lazer –com o aluguel de barracas e cadeiras ainda vedado. Hoje, teoricamente, só está permitido usar o calçadão, o mar e os parques para atividades físicas.
Crivella também anunciou que, no dia 10 de julho, deve liberar que creches e escolas privadas retornem às aulas presenciais caso queiram. A retomada, porém, não será obrigatória para professores e funcionários, que não devem perder o salário, nem para pais de alunos, que poderão optar por aulas remotas.
Ainda pode haver mudanças nessa decisão, porque a prefeitura segue em negociação com o setor e tem uma reunião marcada nesta segunda (29). Já para a rede municipal de ensino, o retorno está previsto para o dia 1º de agosto, também com possibilidade de alterações. "O comitê científico decidiu que podemos antecipar para este sábado essas medidas da fase três, porque as curvas de contágio do novo coronavírus estão caindo. O número de óbitos de ontem no Rio foi de 36 a menos do que em 25 de junho do ano passado, quando não havia Covid", justificou o prefeito.
"Isso mostra que estamos com nível de infecção bem menor. Precisamos continuar usando máscaras e higienizando as mãos, mas podemos retomar as atividades econômicas, porque precisamos manter os empregos e gerar trabalho e renda", afirmou ele. As regras para o comércio de rua incluem o horário restrito entre 11h e 17h, para não coincidir com os shoppings, que já estão permitidos há cerca de duas semanas das 12h às 20h, e assim evitar aglomeração nos transportes públicos. As lojas só poderão funcionar com 50% da capacidade.
Em relação aos salões de beleza e barbearias, o limite é de um terço da capacidade, e estão proibidos serviços de recepção, de bebidas e comidas e os atendimentos por vários profissionais simultaneamente, como corte de cabelo e manicure em um cliente ao mesmo tempo. Será preciso agendar os serviços.
As academias também só poderão funcionar com agendamento de horário e limitação de um terço da capacidade. Cada pessoa deve realizar suas atividades físicas em um espaço de ao menos seis metros quadrados, aulas de luta e dança não devem ter contato físico e piscinas e saunas devem continuar suspensas.
Os bares e restaurantes, que agora só estão permitidos com entregas, retiradas e drive-thru, poderão ficar abertos até as 23h a partir de quinta-feira, também com limite de 50% da capacidade e sem apresentações de música ao vivo. A recomendação é para que sejam priorizados os espaços externos, como varandas.
O Rio de Janeiro iniciou seu plano de reabertura há três semanas. Ele prevê seis fases no total, implementadas a cada 15 dias caso os índices elencados estejam dentro dos padrões, como números de óbitos, leitos e atendimentos. Na fase atual, iniciada no dia 16, só estão liberados alguns comércios como lojas de decoração, mercadões e hotéis. Pontos turísticos seguem fechados.
A capital fluminense tem 55.152 casos e 6.264 óbitos confirmados pelo novo coronavírus, correspondendo a mais da metade do total de notificações no estado. A cidade tinha 70% dos leitos públicos de UTI e 43% dos leitos públicos de enfermaria ocupados na manhã desta sexta (26).
Depois de ter passado por um colapso por causa da doença no início de maio, o município viu esse índice cair nas últimas semanas, mas especialistas e profissionais de saúde temem que a reabertura da economia volte a inundar o sistema.
Um levantamento da UFRJ (Universidade Federal do RJ) divulgado pelo jornal "O Globo" mostrou que as medidas já podem estar causando efeito. Segundo esse estudo, a taxa de contágio do vírus subiu de "moderada" no início junho (cada 100 pessoas infectam 103) para "alta" em meados do mesmo mês (cada 100 pessoas infectam 139).