Ação

O que esperar de "The Old Guard", novo filme de Charlize Theron

Charlize Theron é atriz e produtora de - Netflix/Divulgação

Se ainda havia alguma dúvida sobre a vocação de Charlize Theron para os filmes de ação, “The Old Guard” serve como mais uma comprovação. O longa-metragem, que estreia nesta sexta-feira (10) na Netflix, traz a atriz sul-africana no papel da líder de um grupo de guerreiros imortais que há séculos ajudam a humanidade a resolver seus maiores problemas. Não faltam cenas de tirar o fôlego, com luta, perseguição e muito sangue derramado: um prato cheio para os amantes do gênero.

Mais uma adaptação dos quadrinhos levada para o cinema, o filme é baseado na graphic novel escrita por Greg Rucka e com ilustrações de Leandro Fernández. O próprio quadrinista assina o roteiro da versão cinematográfica, o que afasta qualquer desconfiança de infidelidade à obra original. A direção é de Gina Prince-Bythewood.

Além de atuar como protagonista, Charlize Theron também é a produtora do longa. Não há dúvidas de que o filme foi feito para a artista brilhar. Ela está presente em quase todas as cenas e estrela os planos-sequência mais intensos da história. Ainda assim, há espaço para os personagens coadjuvantes desenvolverem suas tramas pessoais e cativarem o espectador.

No enredo, a equipe liderada por Andy (Charlize Theron) atua de forma secreta em quase todos os grandes conflitos da história mundial. Após uma armadilha, no entanto, suas habilidades especiais são expostas. Ao mesmo tempo em que tentam escapar dos planos de um executivo da indústria farmacêutica interessado lucrar com o dom da imortalidade, o grupo precisa lidar com a descoberta de uma nova integrante.

Os personagens que estrelam “The Old Guard” trazem a diversidade que há tempos é cobrada à indústria hollywoodiana. A atriz negra norte-americana KiKi Layne interpreta Nile, primeira imortal nascida em 200 anos. O elenco de heróis conta ainda com Booker (o belga Matthias Schoenaerts), Nicky (o italiano Luca Marinelli) e Joe (o tunisiano-holandês Marwan Kenzari). Estes últimos, aliás, formam um casal de homens que se conheceram e se apaixonaram durante as batalhas das Cruzadas, na Idade Média.  

Apesar dos seus super-poderes, os guerreiros desta produção enfrentam dramas muito humanos. Necessidade de afeto, culpa e saudade são sentimentos que atormentam a vida de Andy. Após atravessar milênios, sempre perdendo pessoas amadas, ela se sente cansada das repetições em sua vida sem fim. Já Nile hesita em abraçar definitivamente sua nova realidade e ter que deixar sua família para trás.

O dilema da imortalidade - mostrada como benção e maldição, ao mesmo tempo -, assim como as demais questões que costuram o enredo não são novidades no cinema. A previsibilidade do roteiro é o grande pecado cometido por “The Old Guard”. O filme não promove grandes inovações na fórmula dos blockbusters de ação, mas consegue produzir um “feijão com arroz” de qualidade. O fato é que uma nova franquia parece ter nascido. Levando em consideração os ganchos deixados nas duas últimas cenas, uma sequência deve vir por aí.