Santa Cruz

Com elenco enxuto, Santa quebra a cabeça entre Copa do Nordeste e Estadual

Tricolor conta com 30 atletas em seu plantel e descarta possibilidade de lançar a garotada da base em uma das competições

Elenco do Santa Cruz, no CT Ninho das Cobras - Rafael Melo/SCFC

As datas de retorno da Copa do Nordeste e do Campeonato Pernambucano ainda darão muito o que falar. Especialmente para o Santa Cruz, que deve quebrar a cabeça para encarar as duas competições. Uma pode recolocar a Cobra Coral no centro das atenções do cenário Regional e até nacional. A outra tem poder de reacender o status de melhor time do Estado, não visto já há quatro anos. Entre as variantes possibilidades, Nordestão ou Estadual? Eis a questão.

Na briga por uma vaga no mata-mata do Regional e já classificado para as semis do Pernambucano, o presidente do executivo do Santa Cruz, Constantino Júnior, preferiu não cravar qual será a prioridade do clube no momento. Como já esperado, segundo ele, as duas competições receberão a devida atenção do departamento de futebol tricolor. 

“Tem que priorizar tudo, sempre o que estiver melhor à disposição. Até hoje demos prioridade às duas competições. Precisamos ter esse entendimento de que não vamos abrir mão de uma em detrimento da outra. Temos que usar da melhor forma os atletas que temos, o tempo que tem disponível, as mensurações de desgaste de atletas. Tudo isso vai ser levado em consideração. Queremos chegar bem em tudo o que pudermos”. 

No discurso, a realidade narrada por Tininho até pode ser vislumbrada. Na prática, entretanto, a história pode sofrer certos desvios. Isso fica claro, por exemplo, quando destacado a quantidade de atletas que hoje forma o plantel do Mais Querido. Ao todo, 30 peças compõe o elenco. Qual seria, então, a possibilidade da Cobra Coral se concentrar nas duas disputas com uma equipe enxuta, precisando, inclusive, de reforços para o restante da temporada? Mesmo assim, Constantino reafirma que somente o grupo que já vem treinando há quase um mês vai representar o Santa nas duas competições, descartando, assim, a utilização das categorias de base. 

“A gente hoje não tem elenco. Tem cinco substituições, você joga com 11 na linha e com nove reservas. Não tem 40 atletas. É complicado. Por conta da pandemia não estamos com todas as equipes trabalhando, sub-20, sub-17, sub-23. Os jogadores que vão ser usados são os que estão trabalhando no nosso grupo. Se, porventura, um ou outro jogador der para acrescentar no grupo, tudo bem. Mas não posso chamar jogador amanhã para colocar para jogar depois de amanhã”, exemplificou.  

Contrariedades
Uma das preocupações do Tricolor permeia sobre o choque de datas que possivelmente vai acontecer entre uma competição e outra, caso o time comandado por Itamar Schulle consiga passar de fase no Nordestão. Na concepção do executivo de futebol do Santa Cruz, Nei Pandolfo, é necessário que exista um consenso entre as entidades que organizam o futebol no País e no Estado para que nenhum clube venha a ser prejudicado com o retorno dos campeonatos.  

“Nós queremos jogar as duas competições. Agora, precisa ser feito um acerto entre a CBF e a Federação Pernambucana sobre como vão ficar essas questões das datas. É impossível ir à Bahia jogar e retornar para cá (Recife) para fazer outro jogo e voltar correndo para lá (Salvador). Na primeira rodada, tanto de uma como de outra, não teremos problema nem complicações maiores. Mas a partir dos resultados, tem que ter um bom entendimento de ambas as partes para que possamos ter um desenrolar tranquilo”, disse. 

Sob a iminente possibilidade dos clubes terem que encarar mais de uma partida por dia, situação ocasionada justamente pelo possível choque de datas entre as competições, além da sugestão feita pelo presidente da FPF, Evandro Carvalho, de que os times sejam divididos em dois para disputar os torneios, Pandolfo questionou a viabilidade de tal formato ser posto em prática pelo Tricolor. 

“Teremos duas comissões, duas equipes de trabalho? Isso não existe. Pelo Sindicato dos Atletas dois jogos no mesmo dia também não é aprovado. Acho que o entendimento não é esse. Devemos sentar e discutir o que é melhor ou (o clube) vai acabar tendo que tomar a decisão de jogar uma competição ou jogar a outra. Eu entendo que hoje a Copa do Nordeste financeiramente é mais viável, então tem esse outro lado. Também queremos dar sequência ao Pernambucano, porque já estamos classificados para a semifinal e não queremos abrir mão. Mas é uma decisão muito difícil. Se tiver que decidir mais à frente, vamos ter que sentar com a diretoria e tomar a decisão que for melhor para o clube”, enfatizou, também classificando como inviável atletas da base coral darem seguimento à disputa do Estadual. 

“Não tem (possibilidade), porque estamos com todos do elenco treinando, teríamos que trazer mais alguns atletas que não estão aqui para tentar montar um time. Acho que isso esvazia totalmente a competição”, completou.