Entre Nordestão e Estadual: clubes vivem dilema
Sport, Náutico e Santa Cruz apontam como vão trilhar volta ao futebol
O que priorizar: Copa do Nordeste ou Campeonato Pernambucano? Ao mesmo tempo em que celebram a definição das datas de retorno ao futebol, o Trio de Ferro da capital também encara esse dilema. O aperto no calendário resultou em jogos com curto intervalo de tempo entre um compromisso e outro, reacendendo a discussão sobre como os clubes farão para jogar simultaneamente as competições.
O Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste divulgaram a tabela da fase final da competição na sexta-feira. No caso do Estadual, o documento apresentou uma mudança: diferente do que foi informado pelo Governo de Pernambuco, os jogos das quartas de final da competição não serão em 21 de julho, mas sim no dia 26. A alteração evita o choque de datas que haveria inicialmente com o Nordestão, já que a rodada final da primeira fase do Regional está agendada justamente para o dia 21.
Em compensação, os clubes que chegarem aos mata-matas das competições terão uma maratona de jogos. No Pernambucano, as quartas de final e semifinal serão no dias 26 e 29 de julho, respectivamente. Na Copa do Nordeste, as mesmas fases acontecerão nos dias 25 e 28.
"O Náutico sempre defendeu que o Pernambucano deveria começar antes. Enxergamos essa situação de forma ruim porque teremos que fazer uma costura para achar essa solução. Mas não adianta ficar reclamando. A hora é de trabalhar e ver o que podemos fazer de melhor. Não abrimos mão de entrar forte nos dois campeonatos, mas sabemos que isso vai exigir muito do nosso elenco e da nossa logística. As decisões, na verdade, ficarão condicionadas aos resultados dos jogos", afirmou o vice-presidente do clube, Diógenes Braga, em entrevista à Folha de Pernambuco.
"Não vamos priorizar competições. Vamos com tudo que tivermos de melhor contra Salgueiro (Pernambucano) e Bahia (Copa do Nordeste). Mas, classificando o clube nas duas competições, nós não teremos como ficar nessa viagem Salvador-Recife toda hora. Passando, talvez a gente tenha que montar um elenco na Bahia e um aqui. Teríamos até dificuldade de marcar voo. Se o campeonato tivesse começado dia 5 de julho, nós teríamos terminado o Estadual para começar a Copa do Nordeste, sem choque de datas", completou.
Também procurado pela reportagem, o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, negou que colocará um torneio acima de outro. “Tem que priorizar tudo, sempre o que estiver melhor à disposição. Até hoje demos prioridade às duas competições. Precisamos ter esse entendimento de que não vamos abrir mão de uma em detrimento da outra. Temos que usar da melhor forma os atletas que temos, o tempo e as mensurações de desgaste de atletas. Tudo isso vai ser levado em consideração. Queremos chegar bem em tudo o que pudermos”.
A reportagem tentou contato com o executivo de futebol do Sport, Lucas Drubscky, mas não obteve retorno. Em declaração à Rádio Jornal, porém, o dirigente disse que o Leão não teria condições de disputar duas competições de forma simultânea por conta do "elenco enxuto", indicando que, inicialmente, a ideia é priorizar a Copa do Nordeste.
Pernambucano e Copa do Nordeste possuem atrativos distintos. No caso do Estadual, não há cota de premiação ao campeão. Náutico, Santa Cruz e Sport recebem R$ 1 milhão cada pela participação. Diferente dos clubes do interior, que lutam por vagas na Copa do Brasil e Série D, os times da capital podem enxergar o torneio com o benefício claro da briga por aumentar a lista de títulos locais. No Nordestão, a história é diferente. Quem avançar para as quartas de final embolsa R$ 300 mil. Para as semifinais, R$ 375 mil. O vice-campeão ganha R$ 500 mil e o detentor do título recebe R$ 1 milhão. Além dos valores, pesa o aspecto histórico: o Timbu, por exemplo, nunca ganhou o Regional. Cobra Coral e Leão poderiam somar mais uma conquista do certame para a sala de troféu.