Procurador pede que TCU proíba Bolsonaro de propagandear o uso da cloroquina
O documento aponta que não há comprovação científica de que a droga seja de fato eficaz no tratamento à doença que já matou mais de 72 mil brasileiros
O subprocurador Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), pede que o TCU obrigue o presidente Jair Bolsonaro a parar de "propagandear o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no trato da Covid-19".
Na ação, ele também pede que Bolsonaro repare os cofres do Estado "caso as despesas com o seu tratamento contra o novo coronavírus esteja sendo custeadas com recursos públicos".
O documento aponta que não há comprovação científica de que a droga seja de fato eficaz no tratamento à doença que já matou mais de 72 mil brasileiros. O presidente brasileiro é um dos defensores do uso do medicamento -após anunciar que foi diagnosticado com a moléstia, ele publicou vídeo no qual tomava um comprimido de cloroquina.
"A crua verdade é que a massa de brasileiros, em grande parte ignara e sem instrução, não tem meios nem condições de decidir pelos adequados caminhos a trilhar nesta horrível crise pandêmica", afirma o documento assinado por Rocha Furtado.
"Essa importante e crucial tarefa cabe às autoridades científicas e à OMS [Organização Mundial da Saúde], bem como aos políticos e aos gestores públicos que se alinhem às diretrizes por elas estabelecidas. Dessarte, é de se deduzir que somente políticos e gestores públicos mal-intencionados ou irresponsáveis agem de forma a contrariar o norte apontado pela comunidade científica e pela OMS nesta pandemia", segue o documento.