No G20, autoridades prometem cooperação pela economia global
Encontro virtual nesse sábado reuniu ministros da Economia do grupo
Autoridades financeiras do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, prometeram, nesse sábado (18), continuar usando "todas as ferramentas de políticas possíveis" para enfrentar a pandemia do novo coronavírus e reforçar a economia global, alertando que as perspectivas ainda são muito incertas.
Em comunicado divulgado depois da reunião virtual do G20, ministros da Economia e autoridades de bancos centrais disseram que a economia global se recuperaria, à medida que os países passem por reaberturas graduais, mas acrescentou que mais medidas seriam necessárias para garantir crescimento.
"Estamos determinados a continuar usando todas as ferramentas de políticas disponíveis para proteger a vida das pessoas, os empregos e as rendas, apoiando a recuperação da economia global e melhorando a resistência do sistema financeiro, e também se resguardando contra riscos negativos", acrescentaram no comunicado.
A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, infectou mais de 14,14 milhões de pessoas e matou 596.576, segundo contagem da Reuters. Os Estados Unidos, responsáveis pela maior economia do mundo, lideram a lista de mortes pelo vírus.
As quarentenas para conter a disseminação da doença causaram graves perturbações à economia global e estão atingindo mais os países mais pobres.
Autoridades econômicas do G20 informaram que 42 dos 73 países mais pobres pediram o congelamento dos pagamentos de dívidas bilaterais até o fim do ano, um total de US$ 5,3 bilhões.
Refletindo preocupações levantadas pelo Banco Mundial de que a China, membro do G20 e maior credor dos países em desenvolvimento, não estava participando totalmente, os oficiais pediram que todos os credores bilaterais implementassem a Iniciativa de Suspensão de Serviço de Dívida (DSSI, sigla em inglês) de maneira completa e transparente.
Eles também "encorajaram veementemente" credores privados a participar em termos similares e disseram que considerariam estender o congelamento das dívidas até a segunda metade de 2020.
Credores privados não receberam pedidos formais de países para a suspensão do serviço de dívidas sob a iniciativa do G20, afirmou o Instituto Internacional Financeiro (IIF), na quarta-feira (15), antes da reunião desse sábado.
"Nós encorajamos os investidores do setor privado a participar disso, mas precisamos ter muito cuidado para não interferir em acordos privados", afirmou o ministro da Economia saudita, Mohammed al-Jadaan, em entrevista coletiva, ao fim da reunião. A Arábia Saudita é a atual presidente do G20.
As autoridades também reafirmaram o compromisso de resolver diferenças em relação à taxação de serviços digitais e chegar a uma solução consensual e ampla neste ano. Disseram que esperam ver propostas de reformas fiscais internacionais até outubro, quando se reunirão novamente.
"A taxação justa de empresas internacionais e grandes grupos digitais é mais urgente do que nunca”, disse o ministro da Economia da Alemanha, Olaf Scholz, após a reunião.