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Rei Salman, da Arábia Saudita, é internado

Monarca apresenta quadro clínico de inflamação da vesícula

Rei Salman, da Arábia Saudita - Bandar Al-Jaloud/Saudi Royal Palace/AFP

O rei Salman, da Arábia Saudita, de 84 anos, foi hospitalizado, nesta segunda-feira (20), por causa de uma inflamação da vesícula, o que levou ao adiamento da visita do primeiro-ministro do Iraque, Mustafa Al Kazimi - anunciaram autoridades locais. O reino informa apenas de maneira excepcional sobre o estado de saúde do monarca, responsável desde 2015 pelo país, primeiro exportador de petróleo bruto no mundo e a maior economia do mundo árabe.

Desde o início da crise de saúde causada pela pandemia de Covid-19, o soberano saudita, um dos líderes mais velhos da região, raramente aparece em público. Mas continua presidindo, por videoconferência, as reuniões semanais do conselho de ministros. "O rei foi internado no hospital especializado King Faisal, em Riade, para fazer exames, devido à inflamação da vesícula biliar (colecistite)", relatou seu gabinete, citado pela agência oficial de notícias SPA.
 

O primeiro-ministro iraquiano visitaria hoje a Arábia Saudita, antes de seguir para o Irã, dois aliados de Bagdá na região e entre os quais existe uma forte rivalidade. "A visita [do primeiro-ministro iraquiano] foi adiada até a saída do rei do hospital", disse o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faysal bin Farhan, no Twitter.

Mustafa Al Kazimi confirmou o adiamento de sua visita devido a "um problema de saúde urgente" do rei Salman. Seu escritório disse em comunicado que uma nova data será marcada "o mais rápido possível". Possivelmente, Kazimi conduziria uma missão de mediação entre as potências rivais no Golfo. 

No domingo, ele recebeu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, em Bagdá e, após sua visita a Riade nesta segunda-feira, viajaria para Teerã na terça-feira.

Sob o reinado de Salman, a Arábia Saudita lançou reformas econômicas para a era pós-petróleo, mas também adotou uma política externa mais firme e entrou em guerra no vizinho Iêmen, em apoio ao seu regime e contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã. Em 2017, a Arábia Saudita negou informações da imprensa de que o rei planejava abdicar em favor de seu filho, o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, considerado o líder de fato do reino.

A enorme influência do príncipe Mohamed e seu poder de fato no país coincidiram com uma severa repressão a ativistas e dissidentes, inclusive dentro da família real. A Arábia Saudita se viu envolvida em várias polêmicas desde que ele foi nomeado príncipe herdeiro, em junho de 2017, principalmente após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em outubro de 2018.

Esse colaborador do Washington Post, próximo ao poder saudita antes de se tornar crítico, foi assassinado por agentes sauditas no consulado do país em Istambul, na Turquia.