Hospital de SP investiga se pacientes foram reinfectados pelo coronavírus
Pessoas tiveram sintomas e exames positivos em dois períodos distintos
O Hospital das Clínicas de São Paulo investiga a suspeita de que dois pacientes tenham sido reinfectados pelo novo coronavírus. Segundo a instituição, vinculada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em ambos os casos as pessoas apresentaram os sintomas e tiveram exames com resultado positivo para o vírus em dois períodos diferentes.
O hospital destacou, no entanto, que a reinfecção é uma “hipótese ainda pouco provável por não ter sido constatada em nenhum outro caso registrado pela literatura médica internacional”. Por isso estão sendo investigadas outras possibilidades.
De acordo com a nota do hospital, os sintomas e exames com resultados positivos em duas ocasiões podem ter acontecido devido a infecção por um outro vírus em um momento em que havia fragmentos ou vírus inativos causadores da Covid-19. Para apurar essa possibilidade, os pacientes estão sendo submetidos a exames para verificar a presença de outros vírus que possam ter causado o reaparecimento dos sintomas.
Pesquisas
A duração da imunidade em pessoas que tiveram o coronavírus ainda está sendo investigada em estudos em todo o mundo. Uma pesquisa chinesa divulgada há cerca de um mês na revista científica Nature Medicine mostrou que os níveis de anticorpos encontrados em pacientes recuperados da covid-19 diminuíram rapidamente dois a três meses após a infecção.
A pesquisa, que estudou 37 pacientes sintomáticos e 37 assintomáticos, descobriu que, dos que tiveram exames positivos para a presença dos anticorpos IgG, um dos principais tipos de anticorpos induzidos após a infecção, mais de 90% mostraram declínios acentuados dentro de dois a três meses. A porcentagem média de declínio foi de mais de 70% em pacientes sintomáticos e assintomáticos.
Para anticorpos neutralizadores de soro, a porcentagem média de declínio em indivíduos sintomáticos foi de 11,7%, e em indivíduos assintomáticos, de 8,3%.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Médica de Chongqing, uma filial do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China e de outros institutos.