Professores processam governador da Flórida contra ordem de reabertura de escolas
Decisão do governador republicano espelha a do presidente Donald Trump
A união de professores da Flórida, nos Estados Unidos, entrou nesta segunda-feira (20) com uma ação judicial contra o governador Ron DeSantis para impedir que ele reabra as escolas do estado em meio ao aumento de casos do novo coronavírus.
Desde o início da pandemia, a Flórida já registrou mais de 349 mil casos e mais de 4.900 mortes por Covid-19 –e chegou a ter 15 mil novas infecções em 24 horas. Ainda assim, a administração estadual ordenou no início do mês que as escolas retomem as aulas presenciais, cinco vezes por semana, a partir de agosto.
O pedido judicial que questiona a decisão alega que a retomada das aulas pode colocar em risco professores e outros funcionários da escola e estudantes. A demanda do governador republicano espelha a do presidente Donald Trump, que enfrenta uma dura batalha pela reeleição em novembro e está pressionando para que as escolas reabram como sinal de retorno à normalidade.
O democrata Joe Biden, que disputa a Casa Branca com Trump, tem mantido uma vantagem de 9 pontos percentuais em relação ao republicano nas intenções de voto dos americanos, segundo o FiveThirtyEight, site que compila diariamente a média das principais pesquisas do país.
Na Flórida, Trump ganhou de Hillary por 1,2 ponto percentual há quatro anos, mas Biden abriu 6 de vantagem nas últimas semanas, conforme a pandemia se agravava de forma vertiginosa no estado. DeSantis é aliado de Trump e apareceu inclusive ao lado do presidente quando ele criticou o combate ao coronavírus no Brasil. Desde abril, o governador tem impulsionado a reabertura da economia e das escolas, seguindo os desejos do presidente.
A decisão tomada na Flórida vai na contramão de outras regiões, como Califórnia e partes do Texas, que decidiram que ainda não é seguro colocar estudantes de volta nas salas de aula. Assim como nos Estados Unidos, a retomada no Brasil também não tem sido coordenada nacionalmente.
Em São Paulo, o plano elaborado pelo governador João Doria (PSDB) estipula que a volta às aulas só deve ser realizada quando todas as regiões do estado tiverem completado 28 dias na fase amarela, a terceira da retomada, com uma previsão de que isso se dê em 8 de setembro.
Mas na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou nesta segunda que a partir do dia 3 de agosto as escolas particulares poderão retomar as aulas presenciais de forma voluntária.