EUA investe em massa para garantir potencial vacina contra coronavírus
O país fechou um acordo de US$ 1,95 bilhão para garantir milhões de doses de uma potencial vacina
Os Estados Unidos fecharam um acordo de US$ 1,95 bilhão para garantir milhões de doses de uma potencial vacina contra o novo coronavírus, decisão que faz parte de uma estratégia agressiva para imunizar os americanos no começo de 2021. "O governo dos EUA fez um pedido inicial de 100 milhões de doses e pode comprar até 500 milhões de doses adicionais", afirmaram as duas empresas. A Pfizer é americana e a Biontech, alemã.
Os laboratórios não receberão o dinheiro até que a vacina seja aprovada nos testes clínicos, que devem envolver até 30 mil pessoas e devem começar até o final de julho. Assim, a aprovação poderia ser obtida em outubro, caso os testes finais sejam bem-sucedidos. Só depois disso seria feita a entrega.
O objetivo dos laboratórios é fabricar 100 milhões de doses antes do fim de 2020 e provavelmente mais de 1,3 bilhão de unidades até o fim de 2021. Não está claro se os Estados Unidos receberão todas as primeiras doses a serem fabricadas nem se a produção total poderá ser ampliada até o fim do ano.
Na segunda-feira (20), o governo britânico anunciou um acordo para reservar 30 milhões de doses desta mesma vacina, mas não revelou o total a ser pago. A vacina precisa ser aplicada em duas doses. Assim, o lote de 100 milhões permitiria imunizar 50 milhões de pessoas, o que equivale a um sexto do total de habitantes dos EUA (328 milhões).
O acordo indica o preço de US$ 39 (R$ 200) por duas doses. O custo seria pago pelos planos de saúde e pela rede pública, segundo o governo. Essa é uma das iniciativas mais avançadas entre as 150 vacinas que estão sendo desenvolvidas contra a Covid-19 pelo mundo.
Ela utilliza um mensageiro químico de RNA (mRNA) para instruir as células a produzir proteínas que imitam aquelas encontradas na superfície do coronavírus, o que leva o sistema imunológico a reconhecê-las como um inimigo e a se preparar para se defender, criando anticorpos.
Esses anticorpos serão úteis para conter uma invasão real do coronavírus, tornando a pessoa imune a ele. No entanto, embora a tecnologia mRNA seja conhecida há alguns anos, até hoje nenhuma vacina que a utilize foi aprovada.