Coronavírus

Pazuello discute medidas contra pandemia com autoridades de SC

Ministro da Saúde anuncia repasses ao Estado de Santa Catarina

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello - Marcos Correa/Presidência da República

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu nesta quarta-feira (22) com autoridades do estado de Santa Catarina para tratar de ações de combate à pandemia do novo coronavírus. A reunião fez parte de uma missão na Região Sul nesta semana. O Pazuello anunciou repasses ao estado e comentou providências adotadas.

Santa Catarina teve até o momento 59.556 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia. Foram registradas 765 mortes. O estado é um dos locais onde a curva de casos está aumentando nas últimas semanas.

Em entrevista coletiva transmitida pela internet, o ministro interino avaliou o estado como “preparado”, mas destacou que, assim como nos demais locais do Centro-Oeste e Sul, a pandemia está recrudescendo. “É importante frisar que não podemos ligar a curva de contaminação subindo com curva de óbitos. Temos sim condição de dar uma resposta mais efetiva, não chegando a colapso do sistema”, acrescentou Pazuello.
 

Perguntado sobre quais apoios foram fornecidos ao estado e problemas vividos pelo sistema de saúde (como a falta de insumos e medicamentos), o ministro informou que estão sendo enviados nesta semana 250 respiradores para lá. Quanto ao reforço de equipamentos, ele comentou que está em debate com estados que já tiveram o pico, a transferência de estrutura para os estados com maior necessidade agora. Mas não detalhou se haveria encaminhamento de equipamentos para Santa Catarina.

Em relação a leitos, portaria do Ministério da Saúde permitiu a habilitação de mais 40 estruturas deste tipo. Atualmente, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 80%. Sobre a demanda por medicamentos, diante da dificuldade de obter remédios para terapia intensiva, apresentou as medidas em curso pela pasta em ocasiões anteriores.

“Estamos buscando compra fora do país, direta no Uruguai, de quantidade ainda pequena. Estamos buscando compra com Opas [Organização Pan-Americana de Saúde], negociando preços e autorização da compra porque mercado externo está com preços altíssimos. E estamos focados em um processo licitatório centralizado com preços reais, com valores colocados para cada estado e capital. Este processo deve ser concluído na semana que vem”, relatou.

Testes e protocolos
O representante do Executivo mencionou o programa de testagem do governo e o intuito de chegar a 20% da população, ou cerca de 46 milhões de pessoas. Conforme o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado no dia 15 de julho, haviam sido realizados 1.278.201 testes em instituições públicas e 945.602 mil em particulares. Estas últimas ficaram obrigadas a comunicar os resultados a partir de portaria do órgão publicada na terça (21).

Pazuello reafirmou o novo protocolo da pasta pelo qual as pessoas devem procurar um médico se tiveram qualquer tipo de sintoma da covid-19. Segundo o ministro, essa seria uma forma mais efetiva pois agilizaria o diagnóstico e o tratamento, podendo evitar em parte dos casos a evolução do quadro e a demanda por internação em UTIs.

Vacinas
Perguntado sobre as pesquisas em vacinas para a covid-19, o ministro interino lembrou que o país trabalha em três frentes. A primeira é a vacina de um laboratório do Reino Unido em parceria com a Universidade de Oxford, para a qual foi assinado acordo de preferência para aquisição de insumos e tecnologia visando a fabricação de doses no país.

A segunda vacina é de origem chinesa e está sendo negociada pelo governo de São Paulo, nos mesmos moldes da primeira. A terceira, completou Pazuello, é de um laboratório dos Estados Unidos. “A vacina da Moderna [fabricante] usa outra tecnologia, pois age em cima do RNA e não temos tecnologia de parque de fabricação para produzi-la, então negociações estão em cima da prioridade de compra para que possamos adquirir em grande quantidade”, disse.