Pazuello volta a se confundir sobre estações e diz que inverno começa em 21 de julho
A estação já começou há cerca de um mês, em 21 de junho.
O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, voltou a se confundir nesta quinta-feira (23) sobre as estações do ano afirmando que o inverno inicia em 21 de julho no Brasil. Na verdade, a estação já começou há cerca de um mês, em 21 de junho.
"A curva de contaminação depende de muitos fatores. Depende, no caso do Sul, em que estamos caminhando para o inverno, estamos no inverno, começa agora né, dia 21 de julho? É o momento mais crítico para as doenças que vêm das contaminações de vírus", disse aos jornalistas em Curitiba enquanto elencava a chegada do frio como um dos motivos para a alta de casos do novo coronavírus no Sul do país.
Não é a primeira gafe do gênero cometida pelo ministro. No começo do mês passado, o general disse, equivocadamente, que as regiões Norte e Nordeste do país já passaram pela pior etapa da pandemia porque, segundo ele, são mais "ligadas ao inverno do hemisfério norte".
Na verdade, apesar das dimensões continentais do território brasileiro, oficialmente o inverno começa em junho no Brasil, diferentemente de países ao Norte, que têm a estação mais fria do ano a partir de dezembro. Quase todo território brasileiro (93%) está localizado no hemisfério meridional (Sul). Apenas uma pequena parte (7%) ocupa o hemisfério setentrional (Norte).
Pazuello se reuniu em Curitiba com o governador do Paraná Ratinho Jr. (PSD) e o prefeito Rafael Greca (DEM). A cidade é a terceira capital visitada por ele dentro de um roteiro pelo Sul do país, atualmente a região que mais sofre com a pandemia do novo coronavírus.
O general se comprometeu a entregar rapidamente medicamentos ao estado, que passa por uma escassez grave. "Em poucas horas ou em um dia vamos pegar um estoque de emergência pra não deixar faltar", declarou o ministro, que disse estar negociando a compra.
Na quarta (22), o secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, alertou que o estado possui medicamentos para apenas "três ou quatro dias" e que uma nova remessa depende de compra feita pelo Ministério da Saúde.
"Estamos num imbróglio sobre preço que está acima do mercado nas nossas tabelas, também não podemos comprar num preço muito alto", acrescentou Pazuello.
No último boletim epidemiológico divulgado nesta quarta pelo governo estadual, o Paraná acumulava mais de 59.000 contágios e quase 1.467 mortes. A média móvel mostra um crescimento de quase 11% dos infectados nos últimos 14 dias. Já a média móvel das mortes reduziu 3% nas últimas duas semanas.
"Cabe a nós gestores evitar que a curva de óbitos 'plugue' na curva de contaminação", completou Pazuello sobre o avanço da pandemia no Sul.
O Paraná está com uma taxa de ocupação de UTIs exclusivas para Covid-19 em 76%. A situação mais grave é na região leste do estado, onde fica a capital, com 88% dos leitos ocupados, segundo a Prefeitura.
Desde o começo da pandemia, Curitiba acumula 404 mortes por Covid e mais de 15.000 casos. Nesta quarta, a capital paranaense registrou 17 vítimas e 662 novos contaminados.