Representantes do Polo de Confecções do Agreste pressionam por reabertura
Com o Agreste entrando na quinta etapa do Plano de Convivência com a Covid-19, o polo não tem data para retomada
Após o anúncio de que a reabertura do Polo de Confecções do Agreste ocorrerá apenas na sétima etapa do Plano de Convivência com a Covid-19, representantes dos feirantes e das prefeituras dos municípios de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama expuseram suas considerações ao Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Bruno Schwambach, durante reunião virtual da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
A principal reivindicação dos participantes foi para que a retomada econômica tivesse início no começo de agosto. O argumento central utilizado foi de que feiras clandestinas estão ocorrendo nas cidades, sendo mais difícil controlar e monitorar as medidas de higiene e proteção determinadas pelo Governo. Segundo o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Cruz do Capibaribe, Isaac Aragão, existem vários locais na cidade onde ocorrem as feiras irregulares, tornando dificílima a fiscalização. “É importante que a reabertura aconteça o mais rápido possível para que possamos ter o controle da situação. Do jeito que está, é impossível”, afirmou o secretário.
A condição econômica dos feirantes também foi posta como um fator de preocupação. Nos municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, praticamente toda a população depende da confecção ou do entorno das feiras. Outro receio dos gestores municipais é perder clientes para outros polos, como São Paulo e Fortaleza. “Se demorarmos mais, corremos o risco de não termos mais negócio. Se reabrir em três ou quatro meses não vai precisar nem voltar porque não vai ter para quem voltar”, reforçou o prefeito de Toritama, Edilson Tavares.
As peculiaridades do Polo de Confecções o tornam um caso à parte no Plano de Convivência com o Covid-19. Semanalmente, dezenas de milhares de pessoas transitam pelos locais, que possui diversas entradas e saídas, dificultando o monitoramento de casos suspeitos e facilitando a propagação do novo coronavírus. É por este motivo que o setor está apenas na sétima etapa do Plano de Convivência, separado do comércio de varejo.
“O Polo de Confecções é um caso único talvez no mundo. Você tem desde os pequenos comerciantes, com sua banca de feiras, a empresários grandes, se tornando uma fragmentação de diversos setores. Se a gente atrai até 100 mil pessoas em uma semana, como é que faz? Isso é tudo o que a vigilância sanitária não recomenda. Nós queremos gerar renda, dar oportunidade de emprego, mas com o olhar na saúde”, destacou Bruno Schwambach.
Na avaliação dos representantes, a reunião foi positiva. Segundo Pedro Moura, Presidente da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, apesar de não ter sido definida uma data para a retomada, poder expor as dificuldades econômicas e mostrar que existe um grande número de ambulantes na rua para os parlamentares foi importante para que o Governo entenda a situação dos feirantes.