Rede de cinemas e Universal encurtam intervalo para exibição de filmes online
Universal Pictures fechou acordo encurtando o tempo entre a projeção de um filme nos cinemas e sua disponibilização em plataformas de streaming e outros serviços para consumo doméstico
Uma das principais redes de cinema do mundo, a AMC fechou um acordo histórico com a Universal Pictures nesta terça-feira (28), encurtando a chamada janela de exibição - o tempo entre a projeção de um filme nos cinemas e sua disponibilização em plataformas de streaming e outros serviços para consumo doméstico.
Antes fixada em 75 dias nos Estados Unidos, a nova janela passa a ser composta por 17 dias, durante os quais longas recém-lançados poderão ser vistos exclusivamente nas salas de cinema.
O encurtamento desse período vem sendo alvo de disputas entre redes e estúdios de cinema há anos, graças, mais recentemente, à ascensão do streaming e à crise que ronda o parque exibidor. Com a pandemia de coronavírus e o consequente fechamento de salas de cinema ao redor do mundo, o imbróglio se intensificou.
No início da pandemia nos Estados Unidos, a Universal mudou a forma como filmes são distribuídos em Hollywood ao disponibilizar uma série de títulos diretamente - ou simultaneamente à sua exibição em salas de cinema - online. Foi o caso da bem-sucedida animação "Trolls 2".
Insatisfeita, a AMC anunciou, em abril, um boicote ao estúdio. "As ações e intenções unilaterais da Universal nos deixaram sem escolha. Portanto, a AMC deixará, imediatamente, de exibir qualquer filme da Universal em qualquer um de seus cinemas nos Estados Unidos, na Europa ou no Oriente Médio", anunciou a rede à época.
Mas a AMC e a Universal parecem ter feito as pazes, pelo que mostra o novo acordo, que deve causar mudanças profundas na maneira como títulos são distribuídos em Hollywood. Vale ressaltar que, recentemente, os principais estúdios de cinema americanos vêm se armando para uma verdadeira guerra de streamings e têm, poranto, interesse direto na diminuição da janela de exibição.
Encabeçado pela Netflix, o setor viu surgir nos últimos meses competidores como Amazon Prime Video e Apple TV+, bem como plataformas criadas pelos próprios estúdios hollywoodianos. É o caso da Disney+, da Disney, da HBO Max, da WarnerMedia, e da Peacock, da Comcast, que também controla a Universal.
Com o acordo desta terça, a expectativa é que tanto outras redes de cinema, quanto outros estúdios comecem a repensar suas parcerias. Por enquanto, ele é válido apenas nos Estados Unidos, mas novas conversas sobre distribuição em outras regiões devem ocorrer em breve, segundo as duas empresas.
Ao concordar com o encurtamento da janela de exibição dos filmes da Universal, a AMC ganhou o direito de disponibilizar os títulos do estúdio em seu próprio serviço de streaming após o novo prazo de 17 dias.