Para o bem ou para o mal, o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 tem alterado a rotina de todas as pessoas. Inclusive, os hábitos alimentares foram diretamente atingidos com essa mudança de perspectiva. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, realizado no fim de maio, quatro em cada dez brasileiros alteraram os hábitos de alimentação nesse período.

 

Se de um lado, a mudança foi positiva, possibilitando uma alimentação mais natural com frutas, verduras, legumes. Do outro, contudo, a pressa das rotinas pessoal e profissional conciliadas gerou uma piora na alimentação. Com a dificuldade de gerenciar o tempo para encontrar alimentos frescos e naturais, fez com que aquelas comidas prontas, industrializadas e nada saudáveis se tornassem a opção mais frequente.

 

De acordo com a nutricionista Yuri Sato, durante esse momento as pessoas têm procurado cada vez mais opções rápidas e prontas, como os congelados e deliveries, no entanto ela ressalta que a opção mais saudável ainda é preparar a própria refeição. “Sempre que você escolhe os alimentos mais frescos e naturais, acaba usando menos temperos artificiais, utilizados pela grande indústria, realçando sabor e conservantes. Por isso, o planejamento ainda é a melhor forma de se adquirir ou manter uma alimentação saudável”, afirmou. A nutricionista ainda destaca a importância de incluir na programação alimentar legumes e frutas que tenham mais durabilidade. “E, nesse caso, os legumes congelados também são uma boa escolha para quem não tem muito tempo de programar as refeições mais saudáveis”, garantiu.

 

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), novas tendências dos sistemas alimentares irão surgir após a pandemia, como por exemplo, um aumento crescente na busca por produtos orgânicos, aumento nos gastos com proteínas alternativas e o maior interesse das pessoas por vitaminas e suplementos alimentares. “De maneira geral, estudos mostram que, durante a pandemia, as pessoas têm consumido mais frutas e estão mais preocupadas em ter uma alimentação saudável. Talvez elas tenham percebido a importância de uma alimentação adequada para a prevenção de doenças, mas o hábito alimentar é um comportamento que se cria na infância e demora para ser formado ou até mesmo mudado. Seria ótimo se, mesmo após o fim da pandemia, os bons hábitos permanecessem na sociedade, tendo em vista uma maior longevidade e o bem-estar de todos”, concluiu Yuri.