Coronavírus

Acaba nesta sexta-feira validade do decreto que suspende aulas presenciais em PE

Apesar de já haver protocolo de reabertura das escolas, Governo do Estado ainda não apresentou data para retomada das atividades

Instituições de ensino deverão seguir protocolo para retomar atividades - Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Nesta sexta-feira (31) acaba a validade do decreto estadual que proíbe as aulas presenciais em Pernambuco, suspensas desde o dia 18 de março para conter o avanço da transmissão do novo coronavírus. Contudo, apesar de há 15 dias a Secretaria Estadual de Educação e Esportes já ter divulgado o protocolo completo que deverá ser seguido por escolas, faculdades, universidades e cursos livres para retomada das atividades, ainda não há data definida para reabertura. Diante da incerteza, as instituições de ensino cobram do Executivo o cronograma do retorno.

Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), as escolas estão devidamente preparadas para reabrirem esperando apenas a data. “Muito antes de sair o documento do Governo do Estado fizemos um protocolo de orientações para as escolas, que está no ar há cerca de 60 dias. Contratamos uma consultoria da Infecto Associados do Recife (IAR), que nos orientou sobre quais medidas deveriam ser adotadas para que as instituições reabrissem com segurança”, disse o diretor executivo do Sinepe, Arnaldo Mendonça.

Cada escola tem usado a criatividade para se preparar de acordo com sua realidade e sua estrutura. No Colégio Dom, em Olinda, por exemplo, foram usados adesivos para indicar quais bancas e carteiras podem ser utilizadas, mantendo a distância mínima de 1,5 metro entre elas. “Instalamos nove lavatórios de mãos em todos os corredores, dispenser de álcool em gel. Também vamos usar termômetro infravermelho para aferir a temperatura dos alunos na entrada da escola”, comentou Mendonça, que também é diretor pedagógico do Dom.

Pais, estudantes e profissionais de educação tiveram até a última sexta-feira (24) para participar da consulta pública sobre o protocolo de volta às aulas no Estado. De acordo com a Secretaria de Educação e Esporte de Pernambuco, foram recebidas cerca de 21 mil contribuições que já estão sendo analisadas. Em nota, a pasta disse ainda que a divulgação da versão final do documento, elaborado em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), deve acontecer nos próximos dias.

A fisioterapeuta Fernanda Garcia, 46 anos, conta que o ensino remoto não funcionou muito bem com os três filhos, de 8, 14 e 22 anos, e esse é um dos motivos para querer o retorno das aulas presenciais. “Eles não acordam na hora que precisam, fazem conversas paralelas no computador durante a aula, jogam. Como sou serviço essencial, nunca parei de trabalhar na pandemia, e não consigo estar em casa para administrar a vida escolar deles”, explica. Ela afirma que as escolas devem investir em ações de conscientização para receber os estudantes.

Em nota, a Secretaria de Educação e Esporte ressalta que quem define a data de retorno às aulas presenciais no Estado é Comitê de Enfrentamento à Covid-19. “Para esta definição é levado em consideração o cenário do novo coronavírus em Pernambuco”, disse em nota. Procurado pela reportagem, o Governo do Estado não quis adiantar nenhum posicionamento e se limitou a dizer que os atuais decretos relativos ao ensino permanecem em vigor até esta sexta (31).

Boletim
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou, nesta quarta-feira (29), 1.858 casos da Covid-19, totalizando 91.536 pessoas diagnosticadas com a doença. Segundo o órgão, o aumento nos números do boletim foi motivado pelo atraso, e consequente acúmulo de notificações, pelos municípios. Também foram confirmados laboratorialmente 63 óbitos, somando 6.484 pessoas mortas por complicações da Covid-19. Além disso, o boletim registrou a marca de 68.401 pacientes considerados recuperadas da doença.