Senado

Após alerta de médicos, Alcolumbre descarta sessões presenciais em agosto no Senado

A presença dos senadores e de toda a equipe de servidores em Brasília, alertaram os médicos, poderia aumentar os índices de contágio

Davi Alcolumbre - Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), descartou a retomada de sessões presenciais na Casa em agosto. De acordo com o senador, a presença dos parlamentares em Brasília deve ocorrer apenas a partir de setembro. O anúncio de Alcolumbre foi feito nesta quarta-feira (29) a um grupo de senadores durante reunião reservada. Segundo relatos, o parlamentar argumentou que as sessões virtuais serão mantidas devido aos altos índices de Covid-19 no Distrito Federal.

A decisão foi tomada após uma conversa de Alcolumbre com três médicos, das redes pública e privada, em Brasília. Ao senador os profissionais da saúde informaram que as unidades hospitalares do Distrito Federal estão superlotadas devido à doença.

A presença dos senadores e de toda a equipe de servidores em Brasília, alertaram os médicos, poderia aumentar os índices de contágio, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde do DF. "Até estava contente que voltaríamos em agosto. Fiquei triste realmente com a situação da Covid em Brasília", disse a senadora Soraia Thronicke (PSL-MS).

Com a decisão de Alcolumbre, as indicações de Nestor José Forster para embaixador do Brasil nos Estados Unidos e a de Hermano Telles Ribeiro para o Líbano terão de esperar, no mínimo, mais um mês. Ambos os cargos estão vagos desde junho do ano passado.

Para que possam assumir as funções na diplomacia falta ainda a aprovação em plenário. A votação é secreta e só pode ser realizada de forma presencial. Em fevereiro, ainda antes de ter início a pandemia do novo coronavírus, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovara em sabatina tanto o nome de Forster quanto de Ribeiro.

Além dos nomes dos embaixadores, outros 32 pedidos de modificações em cargos feitas pelo Itamaraty aguardam para serem votadas, só que ainda na comissão. Os trabalhos no colegiado estão parados por causa da pandemia do coronavírus.

A previsão inicial era que as votações fossem realizadas em agosto. Para que ocorressem, o Senado iniciou a instalação de um sistema drive-thru, a fim de permitir que os senadores aprovem ou rejeitem uma matéria sem nem mesmo precisar sair do carro. O método vai garantir o sigilo do voto.

Foram instalados sete terminais de votação, evitando que os parlamentares entrem no plenário, onde o espaço reduzido e o ambiente com ar-condicionado poderiam facilitar a proliferação do novo coronavírus. Mesmo com a instalações dos totens, Alcolumbre já estuda a possibilidade de que o Senado realize apenas sessões semipresenciais a partir de setembro.

A ideia é que senadores que integram o grupo de risco usem os totens e os demais votem em plenário, sem a presença de assessores. Os senadores que não puderem comparecer, poderiam votar de forma online, mantendo o sistema que está em funcionamento desde abril.