Moraes manda bloquear contas de bolsonaristas no Twitter fora do país
Bolsonaristas e seus seguidores haviam mudado as configurações de localização para outros países e continuaram a publicar mensagens sem bloqueios
As contas no Twitter de influenciadores, empresários e políticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram tiradas do ar internacionalmente nesta quinta-feira (30).
Após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, elas foram bloqueadas no Brasil na sexta-feira (24). No entanto, pouco depois os bolsonaristas e seus seguidores mudaram as configurações de localização para outros países e continuaram a publicar mensagens sem bloqueios.
A ativista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, líder de um grupo armado de extrema direita, por exemplo, xingou o ministro do STF no mesmo dia nas redes sociais. Ela chamou Moraes de "cabeça de piroca" e "ditador de merda" em sua conta bloqueada para o Brasil.
Nesta quinta (30), Giromini desabafou em nova conta: "Fui censurada no MUNDO! Ajudem a compartilhar essa mensagem: existem presos políticos e censurados no Brasil! Darei centenas de entrevistas na América Latina e Estados Unidos para denunciar tais abusos! DITADORES VÃO CAIR!"
Figuras como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), o blogueiro Allan dos Santos e os empresários Luciano Hang (da Havan) e Edgard Corona (das academias Smart Fit), alvos de investigação no âmbito do inquérito das fake news, tiveram suas contas suspensas.
O inquérito das fake news investiga ameaças e disseminação de notícias falsas contra integrantes do STF nas redes sociais e representa um dos principais pontos de tensão entre o Palácio do Planalto e a corte.
Apesar de ter bloqueado as contas, o Twitter classificou a ordem como desproprocional e anunciou que recorrerá da decisão.
"O Twitter bloqueou as contas para atender a uma ordem judicial proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora não caiba ao Twitter defender a legalidade do conteúdo postado ou a conduta das pessoas impactadas pela referida ordem, a empresa considera a determinação desproporcional sob a ótica do regime de liberdade de expressão vigente no Brasil e, por isso, irá recorrer da decisão de bloqueio", escreveu a empresa em nota de sua assessoria de imprensa enviada à Folha de S.Paulo.