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Tribunal mantém sentença que obriga blogueiro bolsonarista a pagar R$ 15 mil a Glenn Greenwald

Eustaquio foi condenado em fevereiro no processo movido por Greenwald, que é diretor do site The Intercept Brasil

Glenn Greenwald, editor do site jornalístico The Intercept Brasil - Divulgação

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a condenação do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustaquio Filho, que terá que pagar R$ 15 mil por danos morais a Glenn Greenwald por ter ofendido a mãe do jornalista, Arlene Greenwald.

Eustaquio, que é investigado e até já foi preso temporariamente no âmbito das investigações sobre atos antidemocráticos, foi condenado em fevereiro no processo movido por Greenwald, que é diretor do site The Intercept Brasil.

Em agosto do ano passado, o bolsonarista afirmou que Glenn mentiu sobre o estado de saúde de Arlene apenas para acelerar a concessão de visto para os filhos menores e, assim, partir com eles para os EUA.

 



O jornalista reagiu chamando Eustaquio de "lixo humano". E decidiu processá-lo.

A mãe de Glenn Greenwald morreu vítima de câncer em dezembro do ano passado.

Em sua defesa, blogueiro disse que analisou postagens da mãe de Glenn nas redes sociais e concluiu que ela não estava "em fim de vida" e portanto o pedido de visto de emergência para os netos poderem visitá-la não se justificava.

No dia da audiência na Justiça, ele tentou intimidar o jornalista. Vestindo uma camiseta de Jair Bolsonaro, começou a filmar Glenn sob a justificativa de que queria "entrevistá-lo".

Na sentença de primeira instância, o juiz Antonio Crlos Maisonette Pereira afirma que as postagens publicadas por Eustaquio apresentavam "uma carga ofensiva ao autor e sua mãe que ultrapassa o objetivo legítimo de criticar".

Além disso, o blogueiro não se ateve, segundo o magistrado, "ao compromisso ético de checar a veracidade das informações divulgadas, exorbitando da crítica para o campo das insinuações, as quais, no caso, são pejorativas e induvidosamente ofensivas à honra do autor e sua mãe, imputando ao primeiro, ainda, o cometimento de crime".

O magistrado concluiu que Eustaquio "ultrapassou os limites das liberdades constitucionais que lhe são asseguradas, agindo de forma abusiva ao disseminar informações equivocadas sobre o estado de saúde" da mãe de Glenn.