Itamar Schulle se posiciona a favor de público reduzido no Arruda para a final ante o Salgueiro
Técnico coral justificou o posicionamento citando como exemplos mercados, praias e restaurantes, locais que já funcionam com a presença de público, em meio à pandemia do novo coronavírus
Após o empate em 1x1 ante o Salgueiro, no Cornélio de Barros, o técnico Itamar Schulle foi questionado sobre a sensação de jogar a grande final do Estadual em meio a um Arruda vazio, nesta quarta-feira (05), às 21h30, devido a não permissão de público nos estádios de futebol como consequência da Covid-19 no Estado. De imediato, o treinador destacou os cuidados que vêm sendo adotados pelo clube, mas cobrou da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) novos testes do novo coronavírus para os profissionais que estão diretamente ligados ao futebol do Tricolor e demais clubes.
Em contrapartida, Schulle não escondeu o desejo de comandar a equipe, na quarta-feira, com a presença da torcida no Arruda. Mesmo, segundo ele, que a liberação fosse feita de forma parcial, com apenas 50% da capacidade do estádio liberada para receber torcedores e torcedoras da Cobra Coral na decisão frente o Carcará. Como justificativa para a afirmativa, o técnico utilizou os exemplos de supermercados, praias e restaurantes, espaços abertos - com restrição - para o público.
“A gente tem o cuidado todo, de máscara, de álcool. Mas esse vírus, alguns pegam em casa, minha família pegou dentro de casa, outros pegam no futebol. Por exemplo, desde a Copa do Nordeste ninguém mais fez exames. Pelo o que eu vejo nos estaduais, ninguém tem feito mais exames. Temos que ter mais exames fornecidos pela Federação (FPF) para que a gente continue esse controle, afinal o Estadual ainda tem mais um jogo e, assim, temos de estar tomando todas as precauções. Mas tem coisas que não tem como, como um aperto de mão, um abraço”, disse.
“O estádio foi feito para a torcida, senão ninguém fazia arquibancada, fazia só o campo e entrava as duas equipes. Se eu vou num mercado, tem mais de 500 pessoas no mercado. Como é que não pode liberar? Embora não libere para a totalidade, mas libera para 50% do estádio. Cada um fica a dois metros um do outro. Não pode no estádio? Mas como é que pode na praia? Como pode no mercado? Na praia tem dez, quinze pessoas juntas. No futebol não pode pelo menos 50%? É a minha opinião”, continuou.
Acentuando a linha de raciocínio, o catarinense frisou que é para receber a torcida “que existe estádio”. “Acho que poderia ter uma consciência de liberar uma parte do estádio para a gente ter a participação da torcida. É para isso que existe estádio. A gente lamenta isso, porque seria lindo fazer uma decisão em casa e ter o nosso estádio cheio, torcendo conosco pela conquista desse título que a gente tanto almeja”, concluiu.
Vale destacar que Pernambuco totaliza 98.401 casos de pessoas diagnosticadas com a Covid-19 (431 casos confirmados somente nesta segunda-feira), sendo 6.669 mortes, de acordo com o boletim atualizado da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Contrapartida
Nas redes sociais, o diretor de marketing do Santa Cruz, Guilherme Leite, ressaltou o quão desafiante é para a torcida se manter longe do Arruda, no momento. Ao passo em que destacou a necessidade da massa coral permanecer apoiando o clube de casa ou através de ações virtuais.
“Sabemos que quarta é uma final e sabemos da importância para o Santa. Não é fácil digitar isso, mas é preciso: torcedor, não vá para o Arruda quarta. Apoie o time através das ações virtuais. O clube não estará aberto. Arrecadação e lojas até às 18h seguindo protocolo”.