Festival

Natura Musical apresenta o Festival IMuNe: Instante da Música Negra

Elaborado por um coletivo que milita pelo protagonismo dos negros na música, o evento é parte de uma plataforma que fomenta e divulga carreiras

Elza Soares e Renegado - Denise Ricardo / Divulgação

Quem é que nesse ano de 2020 não leu ou ouviu a frase vidas negras importam?? Eventos terríveis e marcantes, como o caso George Floyd, alçaram o protagonismo negro na sociedade e fez com que o mesmo fosse amplamente discutido.

É neste contexto que o coletivo IMuNe anuncia a segunda edição do festival de mesmo nome, durante os meses de agosto e setembro. O festival IMuNe lançou o edital “imunidade sonora” - que dará um empurrãozinho nas carreiras de jovens artistas negros - e o videoclipe “Movimento é Poder” da Banda Imune, composta pelos seis membros do coletivo. Eles se uniram para um show especial no festival, mas mantêm suas carreiras solo independentemente. 

Único festival do Brasil concebido como um evento itinerante de música negra, o IMuNe vem em novo formato: um híbrido de virtual e físico. O grande show, com Elza Soares e Flávio Renegado, Banda Imune, Meninos de Minas feat MC Dellacroix e Favelinha Dance, acontecerá em 26 de setembro.

Ocupar todos os canais online e offline com a música produzida por pessoas negras e assim fomentar suas carreiras, esse é o objetivo do festival IMuNe. Além disso, o projeto também convida para a reflexão acerca do racismo que invisibiliza muitos talentos. Debates ligados a esses assuntos estarão presentes durante os três momentos do festival: imunidade sonora, rolezinho IMuNe e o espetáculo, batizado de IMuNe Experience, que será transmitido ao vivo através do Youtube e projetado em de Belo Horizonte, de forma que as pessoas da região poderão assistir de suas janelas.

As projeções acontecerão em dois pontos: na periferia e no centro da cidade. A 2ª edição do festival IMuNe entra em cena num momento de isolamento social, adequando-se a tendência de virtualização das experiências aliada à ações offline.

De acordo com Bia Nogueira, idealizadora do Coletivo Imune, a ideia é impulsionar a produção de artistas negros. “O IMuNe é uma plataforma agregadora de artistas negros. Nosso desejo é potencializar a carreira de músicos e musicistas pretxs por meio de uma atuação em 360°, promovendo ações que vão da produção à divulgação, passando pela distribuição, agenciamento e apoio financeiro para a criação”, disse.

O festival será transmitido em três etapas:
 
CAMPANHA IMUNIDADE SONORA: até 04 de outubro. Trata-se de uma campanha solidária com três objetivos: (1) geração de renda mínima para artistas negros, chamado “bolsa-artística”, que se dará através do edital. Nele, 17 artistas serão contemplados com um auxílio-carreira de R$ 300,00 e cinco serão selecionados para realizar um showcase virtual dentro da programação “Rolezinho IMuNe”. (2) doação para instituições sociais que atendem pessoas negras e em vulnerabilidade social; (3) contribuição para os artistas negros envolvidos na construção do Festival IMuNe.

 Para estas ações, o festival convida a todos para contribuir com a campanha, doando qualquer quantia através do link: https://www.gofree.co/imunidadesonora

ROLEZINHO IMUNE: de 15 de agosto a 12 de setembro. São 9 painéis de debates, gratuitos e ao vivo: o primeiro via Youtube e os outros no Instagram. O encontro de abertura acontece no sábado, 15/08, e contará com um mediador do coletivo e três convidados. O encerramento deste primeiro encontro ficará por conta dos cinco showcases dos selecionados na campanha “Imunidade Sonora”. Os encontros posteriores acontecem às quartas e sábados, no Instagram, com uma integrante do Coletivo IMuNe e um convidado. Os encontros virtuais reunirão profissionais do mercado da música, intelectuais e ativistas pela causa negra acerca de um debate sobre a cultura, o antirracismo e o que tudo isso tem a ver com arte. O IMuNe quer gerar um diálogo sobre o futuro dos artistas negros no Brasil.

 PROJEÇÕES IMUNE EXPERIENCE: 26 de setembro de 2020. Encerramento do festival na Vila Santana do Cafezal, um grande bairro-favela da região centro-sul de Belo Horizonte. A experiência consiste num show sem plateia realizado no Centro Cultural Lá da Favelinha, onde os artistas estarão reunidos com todos os cuidados e seguindo as normas e recomendações dos órgãos de saúde. O show será transmitido ao vivo através do YouTube do IMuNe e será projetado na empena do icônico Edifício JK, no centro de Belo Horizonte, (que permitirá que os vizinhos das redondezas assistam de suas janelas) e também em um local (a ser revelado) dentro do Aglomerado da Serra. A escolha do local foi estratégica para que os moradores da Vila Santana do Cafezal consigam assistir de suas janelas.

O lineup terá: Elza Soares com Flávio Renegado, banda IMuNe, Favelinha Dance, Meninos de Minas com a participação especial da MC Dellacroix. Uma atração reconhecida será o mestre de cerimônias do espetáculo. Surpresa!

Esta experiência será o encerramento do festival, mas não da plataforma de ações IMuNe, que segue lançando videoclipes até novembro. Cada clipe ilustrará um novo single da carreira solo de cada integrante do coletivo/banda Imune.

O IMuNe reforça que – mais do que uma tendência dos tempos atuais – o antirracismo é uma necessidade urgente. A visibilidade do movimento antirracista está apenas começando.

O festival IMuNe foi selecionado por Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura de Minas Gerais (LEIC), ao lado de Bemti, Azul Flamingo, Sara não Tem Nome e Malta (Mulheres da América Latina reunidas pelo Tambor), por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 122 projetos de música até 2019, como Fernanda Takai, Lô Borges e Meninos de Araçuaí.

O que é IMuNe?

O projeto IMuNe – Instante da Música Negra surge em 2016, com a ideia de aglutinar novos nomes da música mineira, promovendo encontro entre gerações, produzir conteúdo musical como videoclipes e programas de web, gerar um banco de dados online e conduzir carreiras de artistas. Além disso, é um espaço para provocar o questionamento: “Quais são os instantes em que a música produzida por negros ocupa os palcos e meios de comunicação no Brasil?” instigando a vontade de debater sobre o racismo.

Nesses quatro anos de atuação, o grupo já desenvolveu diversas ações de incentivo em cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Juiz de Fora: Mostra IMuNe, que selecionou mais de 30 músicos pretos para apresentações em Belo Horizonte. O primeiro Festival IMuNe em 2016, que teve Chico César como homenageado; Mostra Permanente IMuNe;  IMuNe em Festa; IMuNe in Festa: Mostra IMuNe São Paulo; Mostra IMuNe no Aquilombô e muitos outros.

Sobre Natura Musical

Natura Musical é a principal plataforma de patrocínio da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 159 milhões no patrocínio de 467 projetos - entre CDs, DVDs, shows, livros, acervos digitais, documentários e projetos de fomento à cena. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do programa selecionou 41 projetos em todo o Brasil. A plataforma digital do programa leva conteúdo inédito sobre música e comportamento para mais de meio milhão de seguidores nas redes sociais. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com cerca de 120 shows ao longo de 2019.

Serviço Festival IMuNe 2020:

Campanha Imunidade Sonora - contribuição livre:
https://www.gofree.co/imunidadesonora
(de 30 de julho a 04 de outubro)

Rolezinho Imune:
De 15 de agosto a 12 de setembro
Via Youtube e Instagram

IMuNe Experience:
Data: 26/09/2020
Horário: 20h

Locais:
Youtube do IMuNe
https://www.youtube.com/channel/UCEc3cqtnMRYi6N5xD6c5PMg
Empena do Edifício JK – Rua dos Timbiras, Santo Agostinho, Belo Horizonte (MG)