Humor

Destaque da cena de humor atual, Karina Ramil estreia no 'Zorra', em temporada produzida à distância

Reformulado há cinco anos, o programa acabou caindo no gosto de uma nova geração do humor e de antigos medalhões da emissora

KARINA RAMIL, NOVA INTEGRANTE DO “ZORRA”, DA GLOBO - FOTO: DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

A comédia rege a carreira de Karina Ramil. Conhecida do grande público a partir dos esquetes do Porta dos Fundos, há tempos ela investe na televisão. Com passagens pela Globo, Band, Multishow e Comedy Central, ela agora se prepara para um novo momento no vídeo com a estreia da nova temporada do “Zorra”, que volta ao ar com episódios inéditos no próximo sábado, dia 15 de agosto. Reformulado há cinco anos, o programa acabou caindo no gosto de uma nova geração do humor e de antigos medalhões da emissora. “Vinha observando mais atentamente o núcleo cômico que existe na Globo e adoro o resultado. O ‘Zorra’ me chamou atenção por ser um produto antigo que conseguiu se reformular de uma maneira maravilhosa e muito engraçada”, valoriza a atriz, que entra no humorístico junto com atores de prestígio, como Marisa Orth e Diogo Vilela, grandes reforços para uma temporada bem diferente. Afinal, por conta da pandemia de coronavírus, a dinâmica das gravações do programa teve de ser repensada para obedecer aos protocolos da Organização Mundial da Saúde. “Estou superanimada para ver o resultado de tudo que temos criado. Apesar das gravações estarem sendo feitas de uma maneira nova, a qualidade não se perdeu. Toda a equipe está muito animada”, ressalta.

Um componente importante da fase atual do programa é a tecnologia. Textos, ensaios e acertos com a direção são feitos de forma remota. Com o kit de gravação enviado pela emissora devidamente instalado em casa, Karina capta suas sequências e elas são automaticamente enviadas para a equipe de edição. “A experiência é incrível, mas bem difícil também. Gravar remotamente pede que a equipe toda esteja afinada. Fico muito empolgada com tudo que compõe a cena e sinto que isso só me potencializa como artista”, explica. Para Karina, estar nesse momento em um programa da tevê aberta com tanta visibilidade tem uma função maior que o simples entretenimento ao servir de alento perante as notícias ruins que assolam os telejornais. “O humor é essencial. Tanto para rir e relaxar quanto para provocar uma reflexão de uma maneira mais leve. A gente precisa dessa dose de alegria para enfrentar as adversidades”, acredita.

Paralelamente ao trabalho no “Zorra”, Karina ainda está no ar em “#ENoFilterWknd”. Primeiro programa de ficção nacional do canal pago E!, a produção reverbera um dos projetos mais importantes da vida da atriz. Ao lado das amigas Andrezza Abreu, Anita Chaves e Lorena Comparato, ela fundou em 2011 o grupo teatral Cia. de 4. “Nós quatro nos conhecíamos do colégio e das aulas de teatro, mas o que nos uniu mesmo foi a vontade de fazermos personagens femininos bons e fortes, já que todas notavam que sempre estávamos competindo pelo único papel feminino, que geralmente se resumia à mocinha”, explica. O programa de tevê baseado na experiência do quarteto acabou caindo nas graças do canal e do diretor Guilherme LaMotta, que deram total autonomia de criação para as atrizes e roteiristas. “Nas duas temporadas, pudemos criar mais de cem personagens com variadas camadas, figurinos, tons e isso é incrível. É bacana ver uma ideia tão autoral tendo esse espaço”, valoriza.

 Integrante do clã musical Ramil - ela é filha de Kleiton, da dupla com Kledir -, do Rio Grande do Sul, Karina nasceu no Rio de Janeiro e sempre teve mais interesse pela atuação do que pela música. A certeza veio depois de estudar Artes Cênicas no Tablado, escola de teatro fundada por Maria Clara Machado. A estreia na tevê foi em 2008, com um pequeno papel em “A Favorita”. “Fiz diversas participações em novelas. Mas sempre era a amiga da amiga”, diverte-se. A “virada” na carreira aconteceu em 2016. Após uma série de testes, ela passou a ser integrante fixa do grupo de humor Porta dos Fundos. A partir daí, fez filmes com cineastas como José Eduardo Belmonte e Daniel Filho, séries na Netflix e na Amazon e agora chega com destaque à tevê aberta. Em um momento onde artistas são julgados de forma grosseira e a cultura segue não valorizada pelos governantes, ser mulher e vencer na arte é um motivo de orgulho para Karina. “Faz tempo que a cultura anda sendo desvalorizada e sucateada no Brasil. Já entendemos que não tem como lutar contra o sistema batendo de frente, mas isso nunca nos impossibilitará de continuar criando e achando brechas para que o nosso trabalho seja realizado”, garante.

 

“Zorra” - Globo - estreia da nova temporada prevista para sábado, dia 15 de agosto, às 22h30.