Polícia detalha operação que cumpriu 11 mandados de prisão em PE e SP
Ação resultou na prisão de piloto suspeito de mandar matar mulher em Paulista, no Grande Recife
Os detalhes da Operação Caixa Preta, deflagrada na manhã dessa quinta-feira (06) pelas polícias civis de Pernambuco e São Paulo foram apresentados em entrevista coletiva online nesta tarde. A ação mobilizou 40 policiais. O nome faz alusão à atividade profissional da comissária de bordo, Dinorah Cristina Barbosa da Silva, de 35 anos, que teve sua morte encomendada pelo piloto de avião Mayky Fernandes dos Santos, 27, com quem teve uma filha, segundo a polícia.
De acordo com a delegada do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Deprati), Larissa Souza, o crime ocorrido em outubro de 2019 causou muita repercussão e comoção em Pernambuco. “Principalmente pelo fato de ela estar, no momento em que foi abordada pelos executores, amamentando a sua filhinha de apenas oito meses”, comentou a delegada.
Durante as investigações, foi constatado que o homicídio contra a comissária havia sido encomendado. Também foi verificado que o crime teve participação de uma organização criminosa de Pernambuco ligada a grupos envolvidos com o tráfico de drogas e estelionato em algumas cidades do estado de São Paulo.
Para o delegado da Delegacia de Polícia de Homicídios do município de Paulista (7ª DPH), Diego Jardim, o crime teve motivação passional, uma vez que a vítima se recusava a realizar um aborto. “O mandante e mais duas pessoas do seu ciclo amoroso decidiram matar a vítima. Através de um dos familiares, contrataram um grupo criminoso de São Paulo que, por sua vez, entraram em contato com executores em Pernambuco que ceifaram a vida da vítima.”, explica o delegado Diego Jardim.
Segundo o delegado Jardim, antes de ser morta, Dinorah já tinha sofrido uma tentativa de assassinato. Em fevereiro, três suspeitos foram presos nas mediações da casa da comissária após fazerem campana para descobrir sua residência. Algum tempo depois, disparos foram efetuados contra a casa da vítima. Contudo, os criminosos não tiveram acesso ao interior da residência. Mesmo após o atentado, a vítima não relatou que vinha sofrendo alguma ameaça ou algo que pudesse justificar.
O crime fatal aconteceu no dia 24 de outubro de 2019, na casa da vítima, no bairro de Maranguape II, quando dois homens arrombaram os cadeados, adentraram na residência e dispararam contra ela, que se encontrava amamentando seu filho no momento. A mãe da vítima presenciou o homicídio, mas foi poupada porque os criminosos não sabiam o que fazer com a criança.
Com o avanço das investigações do assassinato, foi descoberta uma grande rede criminosa formada por mandantes, intermediários e executores localizados nas cidades de Paulista e Olinda, em Pernambuco, e nos municípios de Campinas, Castilho e Hortolândia, no estado de São Paulo. O crime teve um planejamento de oito meses, de acordo com a polícia. No total, foram cumpridos 11 mandados de prisão e sete de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Paulista/PE. Entre os detidos estão Mayky Fernandes dos Santos, sua namorada e sua sogra, apontados como mandantes da ação criminosa.