Navio naufragado despeja toneladas de óleo nas águas das Ilhas Maurício, na África
Estimativas apontam que aproximadamente 500 toneladas do produto foram retiradas do navio, mas ainda há 2.500 toneladas restantes na embarcação, com risco de vazamento no mar
Um navio de bandeira panamenha e operado por uma companhia japonesa naufragado despejou cerca de mil toneladas de óleo no mar das Ilhas Maurício, país da África Oriental de pouco mais de 1,3 milhão de habitantes. Estimativas apontam que aproximadamente 500 toneladas do produto foram retiradas do navio, mas ainda há 2.500 toneladas restantes na embarcação, com risco de vazamento no mar.
O vazamento ocorreu na quarta-feira (4) e, nesse domingo (9), a empresa japonesa Mitsui OSK Lines, uma das maiores companhias de navegação do mundo, divulgou um pedido de desculpas às Ilhas Maurício, segundo a agência de notícias Reuters, pelo desastre ecológico causado por um navio de sua frota.
A embarcação encalhou na costa sudeste do país africano, em 25 de julho, gerando o grande vazamento de óleo nos dias seguintes. O navio transportava 3.800 toneladas de combustível que começou a vazar no mar após o acidente em Pointe d'Esny, próximo ao aeroporto internacional de Maurício.“Pedimos profundamente desculpas pelos grandes problemas que causamos”, afirmou Akihiko Ono, vice-presidente executivo da Mitsui OSK Lines durante uma entrevista coletiva à imprensa, em Tóquio. Ele acrescentou que a empresa “fará tudo ao seu alcance para resolver o problema”.
O navio encalhou em um recife, se rompeu e começou a derramar óleo no mar. O vazamento atingiu as principais praias do país africano, que é banhado pelas águas cristalinas do Oceano Índico e tem a economia baseada no turismo. Os 20 membros da tripulação foram evacuados com segurança após o naufrágio.
A Mitsui OSK Lines não divulgou ainda os custos dos danos do derramamento de óleo. O Japão anunciou que enviará uma equipe de resgate de seis pessoas, a pedido do governo das Ilhas Maurício, para ajudar na remoção do óleo derramado, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores japonês divulgado.
“Esperamos que esta assistência contribua para a recuperação do meio ambiente das Ilhas Maurício e prevenção da poluição marinha”, informa o comunicado.
O primeiro-ministro Pravind Jugnauth declarou estado de emergência ambiental na sexta-feira (7), afirmando que o país não tem habilidade nem conhecimento para lidar com navios encalhados. Ele pediu ajuda à França, por meio das redes sociais. O presidente da França, Emmanuel Macron, disse no sábado (8), que enviaria equipes e equipamentos para ajudar o país.
Ambientalistas alertam que este pode ser o pior desastre ecológico das Ilhas Maurício e pode colocar em risco a ecologia marinha e as águas transparentes. Muito frequentada por suas lagoas e praias paradisíacas, as ilhas são um importante destino do turismo internacional.