Após 90 dias de queda da Covid-19, PCR inicia desativação do maior hospital de campanha
Alguns materiais serão realocados para unidades de saúde da rede municipal, outros ficarão guardados caso haja nova onda de casos, conforme alerta Comitê Científico de Combate ao Coronavírus
Os primeiros casos de Covid-19 no Recife foram notificados há 150 dias, mas a Capital tem registrado redução de casos graves e de óbitos há quase três meses, o que indica um controle da doença. Como resultado dessa queda, a Prefeitura do Recife (PCR) começou, nesta quarta-feira (12), o processo de desativação do Hospital Provisório Recife 2 (HPR 2), no bairro dos Coelhos, área central da capital pernambucana. O HPR 2 era o maior dentre os sete hospitais de campanha erguidos durante a pandemia e estava com 260 leitos ativos, sendo 100 de terapia intensiva (UTIs) e 160 enfermarias.
Em pronunciamento, o prefeito Geraldo Julio afirmou que essa marca é fruto do empenho dos recifenses no cumprimento das medidas de proteção. “Fizemos o isolamento social mais eficiente do Brasil e já estamos há 90 dias com tendência de queda nos indicadores da pandemia. Cada vida salva tem um valor muito especial para a família, para os amigos e para toda a sociedade também. Devemos continuar trabalhando juntos para enfrentar a pandemia”, enfatizou Geraldo.
No início de julho, o HPR 2 já havia desativado 90 leitos de uma enfermaria. Agora, o local não receberá novos pacientes e, na medida em que os leitos forem ficando vazios, serão desativadas a segunda enfermaria e também as UTIs. Até o momento, 39 pacientes continuam internados nas 100 UTIs ativas do HPR 2 e outras 47 pessoas nas 160 enfermarias em funcionamento. Após a desativação completa do hospital de campanha Recife 2, a prefeitura ainda terá 242 leitos de UTI ativos à disposição da população.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), os equipamentos retirados dos leitos desativados serão realocados para outras unidades, como o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (Estância), Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE) do Ibura, e também para as maternidades municipais Bandeira Filho (Afogados), Arnaldo Marques (Ibura) e Barros Lima (Casa Amarela). Outra parte dos materiais ficará temporariamente guardada em galpões, caso a curva epidêmica volte a subir e seja necessário abrir mais leitos municipais.
O risco de uma nova onda de casos, podendo ser mais severa do que a primeira, existe em Pernambuco, conforme aponta estudo do Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste (C4). De acordo com a entidade, a doença já atingiu o pico no estado, mas pode voltar a subir. Atualmente, o número efetivo de reprodução (Rt) do vírus em Pernambuco está entre 1,07 e 1,38, o que indica um risco epidêmico alto.