Show-espetáculo "E o meu corpo se abria” estreia em formato digital
Endi Vasconcelos, Maria Laura Catão e Larissa Lisboa estão juntas em espetáculo que mistura música, teatro, poesia e dança
A pandemia do novo coronavírus impôs aos projetos culturais em andamento o desafio da adaptação. Um exemplo é “E o meu corpo se abria”, show-espetáculo que estava previsto para estrear em março, no Paço do Frevo, mas precisou ser adiado. Diante da necessidade de isolamento social, a obra passou por uma reformulação e chega ao público nesta sexta-feira (14), às 20h, em formato digital.
Idealizado pelo Grupo Bubuia, o espetáculo nasceu do desejo das atrizes e bailarinas Endi Vasconcelos e Maria Laura Catão de saírem de sua zona de conforto. “Nosso berço é o teatro, mas a gente queria poder caminhar por outras linguagens também”, comenta Endi. Surgiu, então, a ideia de criar uma apresentação que misturasse encenação, dança, música e poesia.
A proposta da dupla foi estendida à cantora, compositora e instrumentista Larissa Lisboa, que aceitou o convite. “Acompanhamos a cena musical independente do Recife e admiramos muito o trabalho de Larissa. A gente já curtia não só a música, mas também a presença cênica dela no palco”, conta Endi.
Com a propagação da Covid-19 no Brasil, o plano de realizar o show-espetáculo de maneira presencial foi interrompido, mas o trio não deixou de trabalhar. Nos últimos meses, elas se dedicaram a adaptar a apresentação a uma nova realidade. A estreia será pela plataforma Zoom e integra o Ágora Sonora, projeto de lives privativas, que possibilita a remuneração financeira dos artistas mediante cobrança de ingressos.
Para levar o show-espetáculo ao ambiente virtual, algumas reconfigurações foram necessárias. “Primeiramente, encurtamos o tempo de duração. A gente teve que lidar com a quase impossibilidade de interação entre nós, já que cada uma fará de sua casa. Foi necessário entender o espaço de encenação, que passou a ser uma tela. Fomos jogando, se adaptando a essas limitações e até vendo potências nelas”, reflete.
Aproveitando o formato aberto do projeto, as artistas atualizaram os textos utilizados em cena. Além das temáticas já previstas, como amor, feminismos e homofobia, o espetáculo agora também aborda reflexões sobre a influência da pandemia nas relações interpessoais e no autoconhecimento. Endi relembra como a fase dos ensaios à distância serviu de laboratório para a apresentação on-line.
“Inicialmente, foi mais difícil. Há a limitação da internet que, às vezes, não está muito legal, e também da noção de saber cantar, atuar e dançar para a câmera. Mas a gente foi naturalmente se acostumando. Nesse tempo, todas nós participamos de várias lives, seja como artistas ou espectadoras, e isso ajudou bastante”, afirma.
Com textos e canções autorais, “E o meu corpo se abria” conta ainda com a direção musical do cantor e compositor Martins, e a preparação vocal da cantora, compositora e professora Gabriela Martinez. Quando os eventos culturais voltarem à rotina das pessoas, a apresentação deve ser retomada de forma presencial. “Estamos com saudades de ensaiar juntas e ver o público ao vivo. Mas pode ser que o presencial seja fortemente influenciado por essa potencialidade que descobrimos no digital. Talvez, as duas modalidades coexistam como opções no futuro”, adianta.
Serviço
Show-espetáculo “E o meu corpo se abria”
Quando: hoje, às 20h
Onde: on-line, pelo Zoom
Quanto: R$ 20
Informações: (81) 99997-3164 ou pelo link