Justiça ordena bloqueio de R$ 100 milhões em megaoperação contra tráfico internacional de drogas
Operação cumpre mandados e sequestro de aeronaves em 12 estados e no DF
Uma megaoperação contra tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (18). A Operação Além-Mar teve determinada pela Justiça Federal em Pernambuco o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis, entre urbanos e fazendas. Os bens são apontados como ligados ao esquema criminoso. Ainda foi ordenado um bloqueio judicial de R$ 100 milhões.
Ao todo foram expedidos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão - sendo 20 de prisão preventiva e 30 de prisão temporária. As ordens judiciais são dirigidas a endereços de outros 11 estados, além de Pernambuco e do Distrito Federal: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, que tiveram início em 2018, quatro organizações criminosas autônomas atuavam em conexão para viabilizar o esquema do tráfico internacional de drogas. Toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa a partir de portos do Brasil, especialmente o Porto de Natal, no Rio Grande do Norte.
Durante os meses de março e julho deste ano, apesar da situação de emergência de saúde pública e isolamento social impostos pela pandemia de Covid-19, o esquema não foi interrompido. Segundo a PF, foram apreendidas 1,5 tonelada de cocaína no período.
Quatro organizações criminosas autônomas, atuando em conexão, viabilizavam o esquema de tráfico internacional de drogas investigado, por meio do qual toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal/RN.
Na fase sigilosa das investigações da Além-mar, a polícia prendeu 12 pessoas e apreendeu mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa. Entre os presos, diz a PF, estava um traficante que permaneceu foragido da Justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency (NCA) do Reino Unido, a organização do país para combater o crime organizado. A prisão ocorreu na cidade de Jundiaí, em São Paulo, em março de 2019.
Segundo a PF, uma das quatro organizações criminosas era estabelecida no Recife e integrada por empresários do setor de transporte e cargas, funcionários e motoristas de caminhão e organizava a logística do transporte rodoviário da droga e armazenamento da carga até a ocultação nos contêineres nos terminais portuários.
As demais organizações eram estabelecidas no estado de São Paulo, sendo duas na capital e uma na cidade de Campinas. A logística era similar à da organização com sede no Recife.
A droga era primeiramente "internada" após entrar pela fronteira com o Paraguai. Em seguida, o material ficava armazenado no interior de São Paulo para depois ser transportado para as regiões de embarque nos portos e armazenamento em galpões. Por fim, a fase de transporte internacional encaminhava a droga a navios de carga ou veleiros.
A PF divulgou alguns dos nomes dos alvos presos pela operação:
- Ronelson Cândido
- Antônio Rigleuvan Lo Felix
- Wanderley Gonçalves
- Cícero Benedito dos Santos
- Carlos Henrique Inácio da Silva
- Dijalma Silva da Cruz Filho
- Ademir Albuquerque
- Ângelo Cristiano da Trindade
- Paulo Henrique de Souza Paiva
- Carlos Augusto Santos Paranhos
- Ricardo Pires Ambrozio Judivam
- Adelson Santos Mendes
- Marcelo Gueiros da Silva
- Fernando Cesar Santos
- José Marcos Soares Ancieto
- Cosme José de Souza
- José Luciano Silva Santos
- Sérgio de Arruda Quintiliano Neto
- Romilton Queiroz Hosi
- Ronelson Cândido Martins