Uma cesariana poderia ter salvado duas vidas, diz deputado contra aborto de menina estuprada
Silas defende que o debate em torno do caso da garota deva considerar não só o estupro, mas também o aborto
A Frente Parlamentar Evangélica da Câmara quer aproveitar a repercussão do caso da menina de dez anos que passou por um aborto legal após ser estuprada para pedir urgência na tramitação de um projeto de lei de 2013 que aumenta a pena para os crimes de estupro.
"É uma forma de a Casa dar uma resposta a essa situação", afirma o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), presidente da Frente Parlamentar Evangélica na Casa. Segundo ele, os parlamentares Greyce Elias (Avante-MG) e Felipe Barros (PSL-PR) coletam assinaturas para embasar a solicitação e enviá-la ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Silas defende que o debate em torno do caso da garota deva considerar não só o estupro, mas também o aborto. "Se esperasse mais semanas, teria condições de ter se salvo uma vida [a do feto], porque a criança estaria em perfeita situação para, em uma cirurgia de cesariana, ter sobrevivido", defende Silas.
"A previsão é que a criança [em gestação] estava em cinco meses. Se espera mais, daria para fazer uma avaliação da situação com mais clareza, se teria a necessidade mesmo de fazer a retirada ou se numa cesariana salvaria as duas."
"Da forma como foi feito, terminaram matando uma vida no ventre de uma criança e prejudicando muito uma outra vida, que
foi a menina de dez anos, que passou por esse trauma todo".
O deputado se diz estarrecido com o que julga ter sido um processo muito rápido entre a decisão judicial que permitiu a interrupção da gravidez e a realização do procedimento. "É lamentável esse instinto contra a vida facilitado."