Bolsonaro diz que auxílio emergencial vai até dezembro, mas não será definitivo
O presidente não garantiu que o valor do benefício permaneça em R$ 600
Em agenda pelo Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (21) que o auxílio-emergencial vai ser estendido até dezembro deste ano, mas "não vai ser para sempre". O presidente não garantiu que o valor do benefício, criado durante a pandemia do novo coronavírus, vai permanecer de R$ 600.
"Infelizmente o auxílio não vai ser definitivo, mas vai durar até que a economia possa realmente empregar no nosso país", declarou o presidente, no sertão do Rio Grande do Norte. Ele anunciou a data após ouvir gritos de apoiadores pedindo a extensão do auxílio até o último mês do ano.
Bolsonaro esteve na comunidade Angélica, zona rural do município de Ipanguaçu, distante cerca de 218 quilômetros de Natal. O presidente foi à comunidade para entregar uma série de obras, na primeira agenda oficial dele no estado depois de eleito presidente.
Com a presença dos dois ministros potiguares, Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Fábio Farias (Comunicação), ele abriu um poço com dessalinizadores, inaugurou a primeira rede de Wi-Fi gratuita do programa "Wi-Fi na Praça" e entregou títulos fundiários aos moradores.
"Para nós que estamos aqui em cima pode ser muito pouco, mas para o povo mais humilde é tudo. Entregar água, uma casa ou energia elétrica é um momento ímpar. Estamos levando o progresso e a dignidade para essa população", disse o presidente.
"Eu disse aos meus ministros no final de 2018 no tocante a obras: 'não vamos inventar nenhuma grande obra para marcar nosso governo. Vamos concluir obras deixadas por outros governos'".
A comunidade onde as obras foram entregues é formada por 60 famílias de agricultores, moradores do sertão potiguar. O local já possuía um poço, mas ele secou há seis meses e era de água salobra.
Desde então a água era fornecida através dos carros-pipa às cisternas das casas, algumas de taipa. Com a inauguração do novo poço, que leva água dessalinizada, os moradores da comunidade Angélica disseram se sentir privilegiados e gratos ao presidente.
"A gente se sente muito agradecida até pela qualidade da água, que agora é doce, e privilegiado por ele ter vindo aqui", afirmou Sônia Maria do Nascimento, 52.
Nas eleições de 2018, poucas famílias da comunidade Angélica votaram no Bolsonaro no segundo turno. A opção de voto foi o então candidato Fernando Haddad (PT).
Mas o auxílio-emergencial, a inauguração do poço com água doce e principalmente a presença dele no local causou uma mudança de pensamento político.
Ele é o primeiro político de atuação nacional a ir ao local. "Ninguém vem aqui olhar pra gente, e ele veio e inaugurou um poço. Quem é que não vota? Nem vereador vem aqui, só de quatro em quatro anos e olhe lá", afirmou Giuriane Rodrigues, 32. Ela é uma das beneficiárias do auxílio-emergencial.
Antes do auxílio, a agricultora chegou a receber o Bolsa Família, mas teve o benefício cancelado no ano passado.
A percepção dos moradores mostra como o presidente Jair Bolsonaro trabalha para aumentar a popularidade dele na região, a única onde ele teve proporcionalmente menos votos que o adversário nas eleições de 2018.