EUA

Redes sociais se preparam para ataques de Trump sobre eleições dos EUA

A imprensa norte-americana já informou que o Facebook e o YouTube também estão planejando suas próprias defesas

Aplicativo do Twitter - Alastair Pike / AFP

O Twitter disse nesta sexta-feira (21) que está se preparando para os possíveis esforços do presidente Donald Trump ou de outros para atacar a integridade da eleição presidencial dos Estados Unidos, programada para 3 de novembro. A imprensa norte-americana já informou que o Facebook e o YouTube também estão planejando suas próprias defesas.

Trump tem usado o Twitter em particular para alimentar dúvidas infundadas sobre a votação pelos correios, meses antes de uma eleição em que grande parte da população deve votar dessa forma, devido à pandemia do novo coronavírus.

"Pegamos o que aprendemos com cada eleição recente em todo o mundo e usamos para melhorar nosso trabalho de integridade eleitoral", disse a vice-presidente de políticas públicas do Twitter, Jessica Herrera-Flanigan, à AFP.
 

"Isso inclui parcerias com o governo, a sociedade civil e empresas como a nossa para melhor identificar, compreender e mitigar as ameaças à conversa pública, tanto antes como depois de uma eleição."

O Twitter afirmou que vai tratar como período eleitoral nos EUA até depois da posse em janeiro, já levando em consideração que é previsto que a contagem de votos demore mais que o normal, por causa da pandemia.

Por sua vez, o Facebook está mapeando reações a cenários pós-eleição, incluindo esforços de Trump na principal rede social para reivindicar equivocadamente a vitória ou alegar que o resultado não é legítimo, segundo informações do The New York Times.

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, e altos executivos estão realizando reuniões diárias para discutir como minimizar o potencial da plataforma para contestar a eleição, disse o jornal, citando fontes que preferiram ficar anônimas. Uma das opções seria interromper todos os anúncios políticos depois do dia da eleição, para evitar a disseminação de desinformação.

Na semana passada, o Facebook lançou seu centro de informações ao eleitor, com o objetivo de proteger contra mentiras e confusão essa eleição que promete ser agitada pela pandemia e ações para enganar os eleitores.

Facebook, Google e outras plataformas online estão realizando um esforço coordenado para conter a disseminação da desinformação e frustrar os esforços de manipulação e interferência.

O Google anunciou na última semana novos recursos para seu mecanismo de busca, que vai fornecer informações detalhadas sobre como se registrar e votar, direcionando os usuários aos administradores eleitorais locais.

O Youtube, que pertence ao Google, vai tirar do ar conteúdos que visam a manipulação, incluindo vídeos que promovam atos de perturbação do processo de votação e "que contenham informações hackeadas sobre um candidato político compartilhadas com o intuito de interferir em uma eleição", de acordo com um comunicado.

Um grupo da indústria, com integrantes do Google, Microsoft, Reddit, Pinterest e Twitter, se encontrou com agências federais na semana passada para intensificar a coordenação de combate à interferência eleitoral.

O Facebook e o Google não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da AFP na sexta-feira.