Cota de etanol dos Estados Unidos é discutida
Representantes do setor sucroenergético brasileiro foram ao Itamaraty defender o etanol do Brasil
Até o dia 31 de agosto, o governo brasileiro precisa resolver se vai renovar ou deixar vencer a quantidade de 750 milhões de etanol americano que entra no Brasil sem taxação. Se chegar nesta data e a cota não for renovada, o país norte-americano terá que pagar a taxa de 20% em cima do valor de toda a mercadoria que quiser exportar para o Brasil. Por isso, ontem, em Brasília, mais uma reunião aconteceu entre os representantes do setor sucroenergético brasileiro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para tratar sobre o tema. Esse foi mais um encontro para que o governo entenda o desequilíbrio que os produtores de etanol sofrem com a entrada de grande quantidade de etanol americano, que, inclusive, ocupa cerca de 70% da produção de etanol no Nordeste.
Presente na reunião, o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) e vice-presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, Renato Cunha, disse que o encontro foi positivo e gerou sensibilidade. “Não foi uma reunião conclusiva porque as decisões não envolvem só o Itamaraty. Mas foi uma reunião produtiva em que explicamos em detalhe que é preciso reciprocidade na relação com os Estados Unidos. Isso porque a cota de exportação de açúcar do Brasil para os Estados Unidos é em uma quantidade bem menor comparada a que o país norte-americano envia de etanol”, explicou Renato Cunha.
Ainda segundo Renato, o ministro Araújo informou que a decisão sobre a cota do etanol é colegiada dos ministérios da Economia, Relações Exteriores, Agricultura e Minas e Energia, mas a decisão final é do presidente Jair Bolsonaro.
Além de representantes do Itamaraty, participaram da reunião os representantes do setor sucroenergético André Rocha, presidente do Fórum; Pedro Robério, presidente do Sindaçúcar-AL; Roberto Hollanda, da Biosul-MS e Amaury Pekelman, da Udop.