Ameaçado em campo, meia do Ceará tem histórico de brigas com o Vitória
O presidente do Vitória invadiu o gramado e interrompeu uma entrevista ao vivo de Vinícius para xingá-lo e ameaçá-lo
Ameaçado pelo presidente do Vitória, Paulo Carneiro, na vitória por 4 a 3 do Ceará sobre os rubro-negros na quarta-feira (26), pela Copa do Brasil, o meia Vinícius carrega ao longo da carreira um histórico de polêmicas, parte delas envolvendo o time baiano.
No episódio mais recente, durante o intervalo do jogo no Barradão, o mandatário rubro-negro invadiu o gramado e interrompeu uma entrevista ao vivo do meia de 29 anos ao SporTV 2 para xingá-lo aos berros e ameaçá-lo de agressão, sendo segurado por outras pessoas.
"Aqui você apanha, seu vagabundo. Aqui você sabe que apanha. Comigo a escola é outra. Fica na sua aí, caladinho, seu vagabundo. Lhe dou porrada, seu vagabundo. Comigo a conversa é outra. Aqui você apanha, seu vagabundo", disse Carneiro.
Vina, como também é conhecido o atleta, inicialmente ironizou a ameaça do dirigente, mas depois retrucou: "Tô fazendo o quê? Vem então".
A rivalidade vem de 2018, quando Vinícius festejou um gol de pênalti com dança provocativa em frente à torcida do Vitória no Barradão e fez com que o clássico terminasse antes do período regulamentar por conta de uma confusão generalizada.
Houve troca de empurrões e socos dos rivais em campo após a comemoração. O duelo foi encerrado depois de nove expulsões, e o Bahia acabou vencendo o clássico, válido pelo Campeonato Baiano, por W.O.
Depois da partida, Vinícius chegou a ir até a Central de Flagrantes da Polícia Civil para registrar queixa por agressão contra jogadores do Vitória. Vale ressaltar que, nesta época, o presidente do Vitória era Ricardo David, e não Paulo Carneiro, que reassumiu a presidência rubro-negra no ano passado.
Vina e Vitória ainda haviam se encontrado há um mês, pelas quartas de final da Copa do Nordeste, em outro jogo polêmico e com expulsões. O time cearense venceu por 1 a 0, em Pituaçu, justamente com um gol de pênalti marcado por Vinícius, que não perdeu a oportunidade comemorar dançando.
Vina, aliás, costuma dar sorte contra o Vitória. Desde o fatídico Ba-Vi de 2018, o meia enfrentou o rival seis vezes e marcou quatro gols, sendo dois pelo Bahia e dois pelo Ceará.
O meia também protagonizou polêmica quando pertencia ao Athletico-PR, sem qualquer relação com o Vitória. Na ocasião, em 2016, o jogador foi afastado ao recusar uma transferência para o Goiás.
Um ano mais tarde, teve problema com a diretoria do clube paranaense que foi parar na Polícia Civil. Ele registrou um boletim de ocorrência alegando coação do então vice-presidente Márcio Lara e do gerente de mercado Sidclei Menezes.
No mesmo dia, os paranaenses divulgaram nota dizendo que ele seria suspenso por sete dias, contestando a sua versão do ocorrido. Os dirigentes alegavam que ele tinha ameaçado o gerente de negócios com as palavras "vai encarar?".
Um dia após o mais recente triunfo sobre o Vitória, a assessoria de imprensa de Vinícius emitiu comunicado em que repudia "qualquer tipo de violência, seja ela verbal ou física". "Paulo Carneiro, presidente do E.C Vitória ofendeu gratuitamente o meia Vinícius Góes e ainda proferiu ameaças", diz.
"É importante ressaltar que o futebol é visto por público de todas as faixas etárias, incluindo crianças, e tratado por muitos como um momento de lazer. Além disso, jogadores são vistos como exemplos e hoje, mais uma vez, Vina exerceu essa função muito bem dentro e fora de campo. Parabenizamos pela classificação, gol e postura durante o lamentável ocorrido", completa a nota.