Após ser afastado do cargo, Witzel fala em 'circo' e 'uso político': 'Bolsonaro quer o RJ'
Após ter decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou seu afastamento do cargo de governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) se pronunciou em entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira (28), no Palácio Laranjeiras, e criticou a operação de busca e apreensão em sua residência e na de seu secretário de governo e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estaria praticando uso político de influência.
"Quero manifestar a minha indignação de uma busca e apreensão que, mais uma vez, é uma 'busca e decepção'. Não encontrou um real e nenhuma joia e simplesmente é mais um circo sendo realizado. Lamentavelmente, a decisão do excelentíssimo senhor ministro Benedito", queixou-se Witzel. "Doutora Lindora [Araújo] está se especializando em perseguir governadores com investigações rasas, buscas e apreensões preocupantes. E eu, assim como outros governadores, também estou sendo vítima de uso politico".
"Uma procuradora cuja imprensa já noticiou o seu relacionamento próximo com a família Bolsonaro. Bolsonaro já declarou que quer o Rio de Janeiro. Já me acusou de perseguir a família dele. Mas, diferentemente do que ele imagina aqui, a Polícia Civil e o MP são independentes", acusou o governador afastado sobre a auxiliar do procurador-geral da República, Augusto Aras, a procuradora Lindora Araújo.
Segundo Witzel, há uma perseguição feita pelo governo federal. Além disso, ele fez ataques ao ex-secretário Edmar Santos, preso pelas denúncias de corrupção na Saúde e que delatou o governador.
Afastamento
Wilson Witzel foi afastado por seis meses pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por denúncias de irregularidades na Saúde. Não há ordem de prisão contra o governador. O governador, além de outros oito investigados, incluindo a primeira-dama Helena Witzel, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).