Taxa de desemprego aumenta em Pernambuco
Estado está acima da média nacional e tem a nona maior taxa de desemprego do país
Pernambuco registrou aumento de 0,5% na taxa de desemprego durante o segundo trimestre de 2020, período marcado pela maior rigidez nas medidas de combate ao Covid-19. O índice de desocupados chegou a 15%, sendo o nono maior do país. Em comparação com o mesmo trimestre de 2019, a taxa registrou queda de um ponto percentual, o que configura uma estabilidade nos índices. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral.
Embora o desemprego tenha aumentado em termos percentuais, o número absoluto de pessoas desempregadas diminuiu: foram 533 mil no agregado dos meses de abril, maio e junho deste ano contra 593 mil no 1º trimestre, 60 mil a menos. “Esse fenômeno acontece porque o número de pessoas que procuraram emprego diminuiu, reduzindo o contigente de pessoas desocupadas. Isso está atrelado ao momento de pandemia, em que não havia perspectiva de contratação”, explicou professor de economia e logística da Unifbv Yducs, Paulo Alencar. O montante de pessoas ocupadas passou de 3,4 milhões para 3 milhões de pernambucanos, enquanto a força de trabalho teve uma variação negativa de 13,1%.
O levantamento também mostrou que houve uma diminuição de 13,6% na força de trabalho ocupada em relação ao agregado do 1º semestre. A população empregada passou de 2,2 milhões para 1,9 milhão, redução de 12,8%. Entre eles, o maior impacto ocorreu no número de trabalhadores do setor privado sem carteira assinada, que sofreu uma queda de 22,3%. Entre os trabalhadores com carteira, esse patamar foi menor, de 13,5%. No 2º trimestre de 2020, 67,8% dos empregados no setor privado têm carteira assinada.
A taxa de informalidade para Pernambuco ficou em 45,4% da população ocupada, o que soma, aproximadamente, 1,36 milhão de pessoas no agregado de abril, maio e junho contra 1,68 milhão de pessoas no 1º trimestre. “Com a pandemia, as pessoas retraem o consumo e a demanda diminuiu. E como a maior parte dos informais se encontram no setor de serviços, eles foram um dos mais impactados neste período”, analisou Paulo Alencar.
Recordes negativos
Os números da PNAD em Pernambuco também mostram uma queda brusca no nível da ocupação, que mede o percentual da população ocupada em relação às pessoas em idade de trabalhar. O indicador passou de 44,4% para 38,5%, uma queda de 5,9% entre o 1º e 2º trimestres deste ano, marcando a menor porcentagem desde o início da série histórica, em 2012.
Outro recorde negativo ocorreu com a taxa de participação na força de trabalho, que teve uma redução ainda mais acentuada entre o 1º e 2º trimestres deste ano: de 51,9% para 45,3%, diminuição de 6,6% no período. Esse índice mede a porcentagem das pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) em relação ao total de pessoas nessa faixa etária.