Reforma Administrativa

'A proposta do governo está certa', diz Maia sobre estabilidade do servidor

"Não adianta a gente ficar conflitando com o modelo atual, mas criar um novo modelo que possa ter regras que garanta uma maior qualidade do serviço público", disse

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - Arthur de Souza / Folha de Pernambuco

Após reunião no Recife com os secretários da Fazenda do Nordeste, na manhã desta quinta-feira (3), na sede da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), Rodrigo Maia (DEM-RJ) comentou sobre a tramitação da Reforma Administrativa, entregue pelo governo nesta quinta ao Congresso. Segundo presidente da Casa Legislativa, a proposta precisará ser debatida, inclusive sobre seus aspetos jurídicos, no que se refere de quem é a prerrogativa da reforma em relação ao Judiciário.

Rodrigo Maia comentou sobre o acordo que a Câmara dos Deputados tenta construir para que a reforma do Estado, entregue nesta quinta ao Congresso pelo governo, possa tramitar o mais rápido do possível. Ele disse que ainda há dúvidas se será preciso criar a Comissão de Constituição e Justiça ou não para a tramitação da emenda constitucional, ou se ela poderá ser juntada em uma outra PEC já aprovada na CCJ e que ainda não virou comissão especial.

"O importante é que a gente possa fazer o debate. Não é um debate com pressa, mas é um debate com a urgência que o Brasil precisa. O Brasil precisa que o gasto público tenha uma melhor qualidade. E isso  só vai acontecer com a Reforma Administrativa", avaliou Maia, que espera que a matéria possa ser apreciada até o final do ano. Rodrigo Maia espera que as lideranças devolvam a proposta de reforma administrativa da Câmara em até duas semanas, para que ela possa ser votada já no mês de outubro.

Estabilidade
"Eu acho que a estabilidade não pode ser plena e para todas as categorias, acho que o governo está certo. O governo não enfrenta esse tema aos atuais servidores, acho que o governo acertou nesse ponto. Não adianta a gente ficar conflitando com o modelo atual, mas criar um novo modelo que possa ter regras que garantam, na verdade, um qualidade maior do serviço público", disse Rodrigo Maia.

Judiciário fora?
Segundo o presidente da Câmara, há divergência de entendimento sobre a prerrogativa de encaminhar proposta de Reforma Administrativa. O entendimento adotado pela secretaria geral da Mesa da Câmara, é o de que a Casa pode por Emenda Constitucional o Congresso Nacional tratar de outros poderes e que poderia o governo encaminhar uma proposta dos três poderes. "Essa é a jurisprudência e o exemplo que nós temos é a emenda constitucional da Defensoria Pública que foi declarada constitucional, foi apresentada por um deputado e trata da estrutura do Governo Federal. Em tese, ela é constitucional. Do outro lado, liminar do (então) ministro Joaquim Barbosa, sobre a criação de quatro TRFs. Liminar dizendo que aquela proposta não poderia ser apresentada por um parlamentar", explicou.

"Algumas decisões  vão numa linha, dizendo que pode e outras vão em outra linha. O importante é trazer o Judiciário para o debate por decisão deles. A gente sabe que o Judiciário também precisa de uma reforma para os seus novos servidores e novas regras, porque estamos em 2020 e as regras foram construídas na Constituição de 1988 e depois na Reforma Administrativa do governo Fernando Henrique", lembrou Maia.