Pernambuco lança plataforma gratuita para compra e venda de produtos
O programa Compre PE vai servir como uma espécie de "e-commerce público" no Estado
Ferramentas virtuais de compra e venda de produtos geralmente cobram um custo pelo serviço, dificultando o acesso de empreendedores nos sites e aplicativos devido aos altos custos. Para facilitar as transações de compra e venda virtual, o Governo de Pernambuco lançou uma ferramenta de comércio eletrônico no Estado. O programa "Compre PE" vai aproximar microempresários e trabalhadores autônomos do público consumidor sem custo para o comerciante ou prestador de serviço. A iniciativa é coordenada pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq) e está em fase de cadastro de empreendedores.
Para realizar a inscrição, não é necessário ter Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), e os pequenos comerciantes podem ofertar seus produtos a um grande público. De acordo com o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes, dentro dessa plataforma já existe o PE Cidadão, que conta com 400 mil pessoas cadastradas e é acessado por cerca de 15 mil pessoas ao dia, em busca de variados serviços. A plataforma online permite que o cadastrado inclua imagens, redes sociais, contatos e descrições sobre seus produtos. “No Brasil, existem outras iniciativas como essa, mas que cobram um valor ainda alto para os pequenos, quase 22% em média sobre a venda do produto. Já a plataforma do Governo de Pernambuco não vai gerar nenhuma despesa ou custo para o pequeno empreendedor”, explicou Alberes Lopes.
O cadastro é realizado pelo endereço comprepe.pe.gov.br e pode ser realizado por segmentos que vão desde serviços informais, como pintores, encanadores, marceneiros, eletricistas, até vendedores de móveis, de café, couro, doces, cervejas artesanais, artesanato de barro, decoração, roupas, bijuterias, lojas de ração de animal, lanchonetes, padarias, pizzarias, doces, salgados, entre outros. O Compre PE pode ser acessado pelo computador ou pelo celular. No site www.seteq.pe.gov.br também será disponibilizado um botão que levará direto para o comércio eletrônico.
"Essa é uma iniciativa importante para aquecer a economia dos municípios e valorizar as potencialidades econômicas de cada região, estimulando a cultura, artesanato, culinária e a prestação de serviços. É mais um passo fundamental que damos para garantir melhores condições de desenvolvimento, sobretudo aos microempreendedores e pequenos prestadores de serviços no nosso Estado”, afirmou o governador Paulo Câmara.
A plataforma, que será facilitadora do comércio no Estado, ainda não tem um aplicativo próprio. Mas o público poderá acessar o "Compre PE" através do PE Cidadão, que já funciona oferecendo serviços como Delegacia Online e Expresso Cidadão. "O público também terá acesso ao Compre PE, nos próximos dias, pela loja do Play Store para fazer suas consultas", explicou Luís Gonzaga, coordenador do Fórum Estadual das Micros e Pequenas Empresas.
Com a plataforma, os empreendimentos locais poderão concorrer mais com as multinacionais e grandes marcas. O conjunto de serviços oferecido serve para facilitar a busca do cliente pelo produto. Cada pessoa que quiser ofertar um produto ou serviço pode apresentar o catálogo na plataforma ou colocar o link que encaminha para as redes sociais. A Seteq sugere que o profissional preencha o catálogo e mostre seus talentos na plataforma, para facilitar a visualização dos clientes.
Motofretistas
Como a ferramenta serve também para oferta de serviços, motoqueiros podem realizar o cadastro como fretistas. Prestadores de serviço como pintores, jardineiros e motofretistas podem disponibilizar preços, serviços e horários de trabalho na plataforma. O usuário que estiver interessado em um dia de trabalho de um motofretista, por exemplo, pode contratar o serviço tratando diretamente com o entregador, diferente do que acontece com as plataformas normalmente usadas para a negociação entre restaurantes e entregador.
Utilizando o Compre PE, o entregador estaria colocando o seu valor, sem descontos para empresas de aplicativos, no seu serviço. A iniciativa parece ser uma oportunidade para aumentar o lucro e até baratear a entrega, visto que o uso da plataforma não cobra custos, diferente dos apps de entrega comumente usados. Para isso, entregadores, como todos os outros comerciantes e prestadores de serviços, precisam realizar o cadastro na plataforma. Quanto mais serviço oferecido, mais atrativo deve ficar o e-commerce público.