Fórmula 1 chega a Monza e dispensa o 'modo de festa'
Na oitava etapa do Mundial, que tem como palco o lendário circuito italiano, a supremacia dos carros da equipe alemã pode ser ameaçada
Os carros da Fórmula 1 vão deixar de usar neste fim de semana em Monza, pela primeira vez na temporada, o 'modo de festa' (party mode), um recurso que deixa o motor mais "potente" para classificações e ultrapassagens que parecia favorecer a Mercedes, equipe que segue dominando o ano de 2020.
Na oitava etapa do Mundial, que tem como palco o lendário circuito italiano, a supremacia dos carros da equipe alemã pode ser ameaçada, pelo menos quando os pilotos forem à pista no sábado para buscar a classificação para o grid de largada.
"Não é uma surpresa. Tentam sempre fazer com que os nossos carros sejam mais lentos", declarou o atual campeão e líder do campeonato, o inglês Lewis Hamilton, após o anúncio da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) há três semanas.
O chefe da equipe alemã, Toto Wolff, prefere ver o copo meio cheio. "Este 'modo de festa' às vezes causava danos ao motor e se pudermos evitar usá-lo, faremos isso", destacou, acrescentando que a Mercedes ainda não havia usado esse sistema durante os treinos classificatórios, onde a equipe, no entanto, domina com autoridade.
No veloz circuito de Monza, os carros de Hamilton e de seu companheiro, o finlandês Valtteri Bottas, podem continuar seu objetivo de passar por cima dos adversários, como fizeram na última semana na Bélgica.
A ameaça mais séria vem de Max Verstappen, da Red Bull. Atualmente a 47 pontos do líder Hamilton e três pontos à frente de Bottas, o holandês é o único até o momento que conseguiu roubar uma vitória da Mercedes nesta temporada.
A crise de Ferrari
Falar de Monza é falar de Ferrari. A equipe italiana corre em casa neste domingo e segue no país de origem na próxima semana, na prova que será realizada em Mugello, não muito longe de sua sede em Maranello, em um circuito que será utilizado pela primeira vez na F1.
Lá, a tradicional scuderia vai comemorar seu grande prêmio de número 1.000 de sua lendária carreira.
Por enquanto, Monza não terá a multidão vermelha de costume, devido à pandemia do coronavírus. Porém, pela primeira vez na temporada, um grupo de 250 integrantes de equipes médicas foram convidadas pela Ferrari para acompanhar a prova.
Mas seria melhor ninguém ver o que a equipe de Maranello tem apresentado nesta temporada, na qual atingiu o fundo do poço quando seus pilotos Sebastian Vettel e Charles Leclerc ficaram em 13º e 14º no circuito belga de Spa-Francorchamps na etapa passada.
Caso um dos carros vermelhos consiga a 20ª vitória em Monza, após a de Charles Leclerc em 2019, isso será um ponto fora da curva, apesar de Vettel anunciar "novo equipamento aerodinâmico" para este fim de semana.
Nova vida para a Williams
Monza será a última corrida de Claire Williams à frente de sua equipe homônima, depois de ter sido comprada por um fundo de investimento americano, de acordo com um comunicado divulgado nesta quinta-feira.
A Williams foi fundada em 1977 por Frank Williams, pai de Claire, que agora tem 78 anos. Mas a equipe britânica foi comprada há pouco mais de uma semana pelo fundo de investimento americano Dorilton Capital, após várias temporadas de resultados cinzentos.
Claire Williams, de 44 anos, assumiu a liderança da equipe de F1, sucedendo seu pai, paraplégico desde um acidente de avião em 1986.
Sete vezes campeã mundial de pilotos, com estrelas como Nelson Piquet, Alain Prost, Jacques Villeneuve e nove vezes campeã mundial de construtores entre 1980 e 1997, a Williams não sobe ao pódio há três anos.