Literatura

Cepe lança nova edição de livro 'O Brasil de Gilberto Freyre', de Mario Helio

Nesta quinta-feira (10), dentro da programação do Circuito Cultural de Pernambuco, haverá um debate sobre a obra

Mario Helio - Foto: Malu Didier/Fundaj

Um dos estudiosos mais importantes para a discussão das identidades brasileiras, Gilberto Freyre (1900-1987) completaria 120 anos em 2020. Em homenagem à obra do pesquisador, antropólogo, cientista social e jornalista, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lançará uma nova edição do livro “O Brasil de Gilberto Freyre: uma introdução à leitura de sua obra”, do jornalista, historiador e antropólogo Mario Helio, nesta quinta-feira (10), dentro da programação do Circuito Cultural de Pernambuco. A primeira edição da obra foi lançada há 20 anos, no centenário do intelectual pernambucano.

O sociólogo foi um importante precursor dos estudos de identidades nacionais, sendo um primeiros a colocar indígenas e negros nos debates em torno de raça e formação enquanto nação. Freyre foi um franco defensor dos estudos da miscigenação, era contrário a teorias eugenistas dos séculos XIX e XX, que falavam que a mistura das raças estava atrelada ao subdesenvolvimento do País. Ele imprime suas visões em obras conhecidas, a exemplo de “Casa Grande e Senzala” (1933), “Sobrados e Mucambos” (1936) e “Açúcar” (1939).

Há 20 anos, Mario Helio publicou um longo ensaio no Jornal da Tarde, de São Paulo, o que serviria de base para expandir a um livro que seria lançado pela Comunigraf. “O Brasil de Gilberto Freyre: uma introdução à leitura de sua obra”, como diz no título, é uma espécie de guia para a pensamento do sociólogo, como afirma o escritor. “O caminho escolhido para pôr em linhas a narrativa foi a máxima clareza possível, num tom quase didático, tentando percorrer os labirintos de um dos mais ricos e complexos personagens da cultura brasileira”, diz Mario Helio.

Agora, a Cepe lança uma nova edição ilustrada por José Cláudio. “No essencial, não houve alterações no texto. Continua com o mesmo propósito de estimular o público a ler um clássico moderno e divertir-se lendo-o, pois Gilberto Freyre, embora tenha começado a publicar seus artigos há mais de cem anos, e seus livros há quase noventa, tem uma linguagem muito agradável. Vinte anos depois, já uma nova geração, vale a pena ler o livro para aprender a gostar de ler Gilberto Freyre. O objetivo da obra é, como antes, de que as escolas possam usá-lo como obra de iniciação ao autor que ensinou o Brasil a olhar-se no espelho sem complexo de inferioridade.”, explica o escritor.

 
Ele afirma que o grande desafio para a leitura da obra de Freyre é a assimilação da complexidade construída em 70 anos de escrita. Embora tenha livros quase seculares, o autor pontua que Gilberto adianta questões contemporâneas que são discutidas até hoje. “Questões atuais como o racismo, a sexualidade e a ecologia ele as tratou de modo pioneiro e original. Traz visões sobre esses três grandes temas que continuam vivas, por provocativas e até polêmicas. Além de haver defendido um modelo de cidade que fosse “rurbana”, isto é, uma mistura do melhor do mundo rural com o melhor do mundo urbano. Defendeu também que nos vestíssemos com roupas mais adequadas para o clima.”, pontua.

O livro vai ser lançado em uma transmissão virtual, dentro do Circuito Cultural de Pernambuco (www.circuitoculturaldepernambuco.com.br), às 19h30. Participa da conversa o professor e escritor Anco Márcio Tenório Vieira. 

Serviço
Lançamento do livro "O Brasil de Gilberto Freyre: uma introdução à leitura de sua obra" (Cepe Editora), de Mario Helio
Quando: hoje, às 19h30 
Preço: R$ 40 (impresso) e R$ 12 (E-book)