Coronavírus

Recife chega aos seis meses de pandemia com quatro meses de queda nos indicadores, diz prefeito

Pronunciamento do prefeito do Recife, Geraldo Julio - Divulgação/PCR

Seis meses após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar a pandemia da Covid-19, o prefeito Geraldo Julio fez um balanço, nesta sexta-feira (11), das ações e da situação da pandemia no Recife. O gestor destacou os quatro meses de queda nos indicadores, resultado da resposta eficiente da cidade, que adotou medidas de isolamento social muito cedo, criou, proporcionalmente à população, a maior rede de hospitais de campanha do Brasil e fez um amplo trabalho de apoio às pessoas mais vulneráveis, com ações de assistência social. O Recife chega aos seis meses de pandemia com redução de mais de 90% nos óbitos e 70% nas internações da rede hospitalar, o que vem permitindo a reabertura segura e gradual de atividades econômicas e sociais que vão permitindo a convivência com a situação de pandemia.

“Passados seis meses da decretação da pandemia, o Recife chega a quatro meses de redução da contaminação. Nós estamos chegando também a 30 mil pessoas recuperadas da Covid-19 em nossa cidade. O isolamento social feito pelos recifenses teve um papel fundamental e eu quero agradecer a todos os que se engajaram. A rede emergencial de saúde chega próxima de 3100 altas hospitalares. Eu quero agradecer a todos os que construíram essa rede emergencial e a todos que atenderam na rede emergencial e também em toda a rede de saúde. Já são 43 mil atendimentos realizados”, disse o prefeito Geraldo Julio.

“A gente trabalhando junto conseguiu evitar que houvesse colapso do sistema de saúde na nossa cidade e evitar também o que vimos em outras cidades como sepultamento em vala comum. Todos os profissionais de saúde tiveram garantidos os EPIs para poder trabalhar de maneira protegida. E todos aqueles que precisaram do atendimento do SUS tiveram acesso a esse atendimento em nossa cidade. Eu quero agradecer a todos pelo empenho. E a gente deve continuar junto porque a pandemia não acabou e as ações de prevenção devem continuar”, complementou Geraldo Julio.

Na fase mais crítica da pandemia, entre abril e maio, a rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso graças ao maior índice de isolamento social entre as capitais brasileiras e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano. A Prefeitura do Recife construiu sete hospitais de campanha, que chegaram a ter cerca de mil leitos para os pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de Covid-19. O Recife foi a capital que, proporcionalmente à população, abriu mais leitos de Covid no Brasil.

Os sete hospitais municipais e os leitos de Covid abertos em outras duas unidades de saúde propiciaram quase 17 mil atendimentos, mais de seis mil internações e mais 3.100 altas médicas. Para dar conta dessa demanda extraordinária, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife contratou mais de quatro mil profissionais e adquiriu mais de 10 mil equipamentos médico-hospitalares, além 3,5 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Com a queda consolidada de diversos indicadores da pandemia, há quatro meses, já foi possível desativar cinco desses hospitais de campanha. De acordo com a Vigilância Epidemiológica do Recife, os casos de síndrome respiratória aguda grave (srag) vinham caindo na cidade desde meados de maio, durante a quarentena mais rígida (lockdown) e, a partir de agosto, também começaram a cair os casos leves de Covid.  Em agosto, o Recife foi responsável por apenas 15% de todos os novos casos de Pernambuco, enquanto, em abril, a cidade chegou a ser responsável por quase 55% dos novos casos de Covid do Estado.

A Secretaria de Saúde do Recife também registrou queda de 70% das internações na comparação do mês de maio, no pico da pandemia, com os dados fechados do mês de agosto, assim como contabilizou redução de mais de 50% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram construídos hospitais de campanha, no mesmo período.

A Prefeitura do Recife também contabilizou cerca de 90% de redução nas mortes por Covid na comparação do mês de maio com agosto. Depois de cinco meses com registros diários de mortes por Covid, na última segunda-feira (7), o Recife teve seu primeiro dia sem mortes confirmadas nos boletins diários da Secretaria de Saúde, desde o início de abril.

Essa queda sustentada nos diversos indicadores monitorados pela PCR permitiram a desativação de cinco hospitais de campanha e o início da desmobilização da sexta unidade - o Hospital Provisório Recife (HPR) 3, na Imbiribeira. Nessa sexta, ainda há 18 pacientes internados no HPR 3, sendo 10 nas UTIs.

Ao todo, já foram desativados 677 leitos municipais, restando 351 leitos em funcionamento nesta sexta, sendo 167 UTIs e 184 enfermarias. Neles, estão internados hoje 176 pacientes – 94 nas enfermarias e 82 deles nas UTIs (desses últimos, 60% deles são pacientes vindos de outras cidades). O número de pacientes internados também vem caindo, desde junho. Após a desativação do HPR 3, o único hospital de campanha que permanecerá funcionando completamente será o Hospital Provisório Recife 1, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro.